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Poucos sabem, mas a relação da moda com o esporte começou ainda no início do século passado. Nessa parceria de mais de 100 anos, várias tendências que se tornaram populares no mundo todo começaram nas pistas, quadras e campos dos principais torneios do planeta.
Com nomes como Coco Chanel, Stella McCartney e vários outros estilistas mundialmente reconhecidos que se apoderaram do esporte em seus respectivos trabalhos, essa influência vai muito além do básico.
A inspiração de Coco Chanel através dos esportes britânicos
Ainda no início do século passado, Coco Chanel estava atenta às novidades do mundo todo e uma das grandes tacadas da estilista foi encontrar inspiração através dos esportes da aristocracia britânica.
O clássico da moda tailleur de tweed foi inspirado em esportes como a cavalgada e a caça. Em 1924, a francesa pegou um modelo dessa peça então utilizada pelo seu namorado e resolveu implementar no design de suas roupas – o resto é história.
Peça tão utilizada nos esportes da época, o tweed foi criado no Reino Unido e, posteriormente, passou a ser mundialmente reconhecido pela sua representação nas roupas desenhadas pela Chanel.
Stella McCartney e esporte: uma relação de sucesso
Praticante vívida dos esportes e defensora dos animais, Stella McCartney tem um histórico de longa data quando o assunto é esporte e a moda. A estilista iniciou seu trabalho de parceria com a adidas ainda no início dos anos 2000 e, desde então, criou diversas peças que se tornaram famosas mundialmente.
Quando não está trabalhando em sua parceria com a Adidas, McCartney desenha diversas peças para as passarelas que são inspiradas diretamente nos esportes. Mas a associação da estilista com o esporte vai mais além.
Em 2010, ela foi escolhida como a diretora criativa de toda equipe britânica para os jogos Olímpicos de 2012. Na ocasião, a estilista desenhou a maioria das roupas utilizadas pelos atletas durante a competição. Em 2016, a parceria entre ela e o esporte britânico se repetiu para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.
A histórica contribuição de Converse para a moda.
Em 1908, foi fundada no Estado de Massachusetts a empresa Converse. Sete anos mais tarde, eles começaram a fabricar tênis para os esportistas. Pouco tempo depois, em 1917, eles inauguraram a linha Converse All-Star.
No início dos anos 1920, um jogador de basquete chamado Chuck Taylor entrou em uma loja da marca e reclamou que estava com o pé doendo. O dono da empresa, Marquis Mills Converse, resolveu então solucionar o problema do jogador e o tornou embaixador da marca para promover o tênis da empresa – que até hoje conta com uma extensiva linha de tênis que recebe o nome do atleta.
A parceria entre Taylor e a marca Converse é uma das mais bem-sucedidas de todos os tempos. Muito mais do que um tênis para jogar basquete, a linha All-Star transcendeu gerações e ainda segue como um produto extremamente popular – principalmente entre os jovens.
A moda esportiva como uma forma de representação
A NBA é um dos maiores exemplos de representação através da moda esportiva. No início dos anos 2000, Allen Iverson era notícia no mundo todo com a sua habilidade fora da curva com a bola de basquete nas mãos, mas também chamava atenção pelo jeito como ele sempre carregava as suas raízes através da vestimenta.
Em 2005, a NBA criou um código de vestimenta para impedir com que jogadores como Iverson se vestissem da maneira que quisessem. A atitude de David Stern, então comissário da liga, foi duramente criticada por estrelas da época como Paul Pierce, Stephen Jackson, Iverson e vários outros.
Como era de se esperar, o código de vestimenta se tornou uma regra não seguida pelos jogadores. Russell Westbrook, atual armador do Houston Rockets, é um exemplo disso. Nas entrevistas pré e pós-jogo, o atleta se veste da maneira como bem entende — o que ajuda a trazer ainda mais representatividade ao basquete.
“Eles precisam criar um novo código de vestimenta, porque esse que está em vigência agora já era há tempos”, disse Iverson, em uma entrevista realizada em 2017.
O jeito como os esportistas tratam a moda para expressar a sua personalidade e raízes também está explícito em outras modalidades, como por exemplo no poker.
Quando o esportista tem a liberdade de ousar em seu visual, a modalidade se torna um palco para ele expressar a sua identidade. Um exemplo disso é o lendário Doyle Brunson, um dos melhores jogadores de poker da história e que não dispensa um chapéu de caubói.
Alguns torneios de poker contam com código de vestimenta, mas na maioria das vezes os atletas têm a liberdade de usar o que querem.