Clean Beauty: Uma reflexão sobre a ‘beleza limpa’

No início da década de 90 começa a surgir nos EUA um novo conceito que seria o de “beleza limpa”. O setor de cosméticos preocupado com a sua formulação e como ela impactaria tanto a saúde da pessoas quanto o meio ambiente começa a voltar a sua atenção para um setor da beleza que hoje cresce vertiginosamente.

Tá difícil chegar a um consenso.

Ocorre que antes mesmo da gente tratar de clean beauty nós nos esbarramos com a própria definição do que seria clean. A indústria até hoje não chegou a essa consenso. Seria eliminar alguns ingredientes da composição de certos produtos? Mas será que apenas o produto em si já tornaria aquele produto clean? Talvez fosse necessário não só pensar em insumos e ingredientes autorizados e aquém das legislações sanitárias de cada país.

Ao contrário dos termos: vegano, cruelty free e orgânico, clean vai muito além e, por isso, indústria e comunidade científica ainda não chegaram a um consenso. Logo, a simples formulação não seria suficiente para atender as condições de beleza limpa, sendo necessário tecermos considerações acerca da produção, da comercialização e do descarte dos produtos.

As marcas buscam se mostrar super sustentáveis apenas por não incluírem em suas fórmulas sulfatos, parabenos e silicone, mas o buraco é mais fundo como eles são produzidos, envazados, comercializados, consumidos e descartados? E é óbvio que já é um começo, mas todo o restante tem de ser levado em consideração.

Nem só de fórmulas, se faz beleza limpa

O plástico é um dos maiores problemas da indústria da beleza, tanto que 1/3 do plástico encontrado nos oceanos provém desse setor, sendo apenas 14% das embalagens descartadas são coletadas para reciclagem e, pior, 5% são efetivamente recicladas. O que demonstra que a indústria da beleza está muito preocupada em criar embalagens recicláveis sem se atentar se elas realmente estão sendo recicladas.

Não para na reciclagem, desce mais um pouco.

Daí a necessidade de iniciativas que busquem dar efetividade à reciclagem, como é o caso da logística reversa. No Brasil há marcas de beleza como a Sallve, a Biossance, a Care e a The Chemist Look que colaboram com o Selo Eu Reciclo e que efetivamente tomam conta dos resíduos produzidos pelo descarte de seus produtos.

Seria a hora de voltarmos ao retornável?

Para efetivamente reduzir o desperdício a aposta em refis também é um alternativa e todo o setor apostasse nisso até 70 % do emissão do carbono atmosférico gerado pelo setor poderia ser diminuído. As pioneira no Brasil foi a Natura que oferece produtos com refis desde 1983.

Que tal depois de usar você me trazer de volta?

Muitas marcas já possuem programas de coleta de embalagens dentro das suas próprias lojas. Muitas atuam com programas que a partir de um certo número de embalagens entregues você ganha um produto novo.

No lugar de água, barras.

A mudança de estado de líquido para sólido poderia trazer grandes mudanças em impactos ambientais. Pois o consumo de água é muito grande para produtos líquidos para se ter uma noção em um xampu, 80% é água e 20 % apenas é efetivamente o produto.

A B.O.B (Bars over bottles) visando uma iniciativa waterless já prioriza produtos em barra com o intuito de não ter embalagens plásticas e consumir menos água em seus produtos.

Certo mesmo é comprar menos e usar o produto até acabar.

Muito dos problemas seriam resolvidos se a gente comprasse efetivamente só o que fosse usar e não ficasse desperdiçando tanto. Use até o final e ponto final. Você por um acaso usa os produtos até o final? Afinal o maior impacto somos nós mesmo e o menor é não precisar de fórmula clean, com refil, sem plástico ou em barra.

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.
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