comportamento

Por que temos vergonha de repetir a mesma roupa duas vezes?

Para e pensa em que momento da história se convencionou que usar a mesma roupa por mais de uma vez é feio, não é bacana e soa como “pobreza”..

A resposta é não sei. Mas a verdade é que quando temos um evento notável onde podemos ser julgados por outros expectadores nos inclinamos a fugir da repetição de roupas.

A repetição de roupas por muito tempo foi uma repulsa social tanto que no filme de Lizzie McGuire, uma garota malvada solta a seguinte frase: “Lizzie McGuire, você é uma repetidora de roupas!” como se isso fosse um dos pecados capitais.

A prática antes restrita a atores, celebridades e profissionais da moda, graças ao TikTok e ao Instagram disseminou-se como uma praga. Hoje, todo aquele que possa ser visto em fotos e vídeos tende a buscar por peças novas. A Geração Z além de tudo busca por marcas, tendências e exclusividade.

Todo aquele que posta ou possa ser visto inconscientemente não quer ser um repetidor oficial de looks, consumindo e consumindo muito, pois quanto mais visibilidade mais pressão por roupas novas, que muitas podem ser parte de sedding (empréstimos de uma marca) ou os famosos recebidos (peças ganhadas da marca). Porém, isso gera um impulsionamento ao consumo desenfreado e combina zero com sustentabilidade.

Por mais que alguns influenciadores venham chamando a atenção pós-pandemia para brechós, second hand e aluguel de peças, quantos deles realmente vivem essa prática sustentável? Ou melhor, voltando os olhos para a sociedade em geral, você acha mesmo que estão preferindo deixar as tendências das fasrt fahions de lado em detrimento um estilo consolidado. A gigante Shein que o diga, já é dona do mundo.

Todo mundo quer ter boa aparência, ostentar status social e profissional por meio de roupas e isso não combina com roupas usadas, já batidas e figurinhas repetidas. Essa é real! A grande real é que estamos precisando de roupas novas sempre. Mesmo sem dinheiro, compramos e somos seduzidos por milhões de “core” de novas tendências e “neo” para resgatar um monte de coisa que já foi usada no passado, mas que ganharam pequenos ajustes para dizer que é tudo novo.

É impossível acompanhar a moda. Nem queremos. E o planeta não dá conta! Vamos parar, pelo amor de Deus!

Comprar roupas novas não diz nada sobre você. As pessoas podem estar endividadas e ostentando peças novas de grife. Elas podem ser criminosas e estarem bem vestidas. Elas podem ser maus caracteres.

Roupa é linguagem e em um primeiro momento transmite uma mensagem, mas depois vem todo um pós do contexto em que ela se insere. Temos que normalizar a repetição de roupas. Transforme urgência em necessidade. Consolide um estilo próprio e o faça de referência. Não há nada nada anormal em usar a mesma peça mais de uma vez. A breguice da vez é pensar só pensar no que as pessoas vão pensar de você. Pense nisso e reflita.

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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