Se tem um lugar onde a palavra cool ganha relevância, esse lugar é na moda.

A indústria que movimenta trilhões é a mesma que tem que se reinventar a cada fração de segundo com o intuito de provocar novos desejos e anseios nos consumidores. Assim foi, assim é e será.

Os artigos hypes de hoje logo estarão ultrapassados e obsoletos. E daqui a algum bom tempo, esquecidos no fundo de algum baú, serão resgatados na maior cara de pau (pois já não se tem mais o que inventar) e novamente eles ganharão o “status quo” de interessantes.

Essa busca frenética por novidades faz com que a cada dia pessoas, estilistas e marcas estejam sempre atrás na corrida maluca pela busca do cool.

Mas e aí? O que seria o cool da moda daqui em diante?

O cool para nós, hoje, é associar moda, consumo, produção ao meio ambiente.

Dia após dia, arrebentam novos Eco Fashion Weeks, Semanas Sustentáveis de Moda e Fashion Revolutions, mas o creme de la creme do cool o quê seria?

Seria a busca por upcycling, reutilização e, principalmente, o uso de peças de brechó.

A palavra brechó nunca teve tanto peso e valor quantos nos dias de hoje, tanto que especialistas preveem que até 2028 o setor seja o maior de todos, superando as fast fashions. Parece impossível, inimaginável e inconcebível que as pessoas deixem de comprar para utilizar peças antigas, ultrapassadas e até já usadas, mas não é.

O x da questão está no fato de que produzir uma só peça demanda muito CO2, polui todas as esferas do planeta (terra, água e ar) e, além disso, gasta-se muito para pouco tempo de utilização da peça. Às vezes uma coleção, um dia ou nem isso, pois nem sequer tiramos a etiqueta da peça, é o famoso comprar por comprar ou ter por ter.

Por isso, o caminho até o vale encantado será esse. O uso de peças de brechó é cool da moda no momento.

A Gucci, marca mais cool do momento, já nos ensinou isso por sinal. Coleções com pitadas de história, toques de passado e cara de guarda-roupa de avô.

A narrativa que a moda vai criar é essa. Mas calma, você não vai andar com roupa velha, surrada ou com cara de desleixo. Da hora mesmo é fazer aquele batidão com peças atuais, modernas, com estilo único e moderno.

Jaquetas de camurça por aqui, calças folgadas lá, veludo cotelê em outros lukinhos e bomber revestidas de pele de carneiro, itens essenciais do guarda-roupa contemporâneo e que podem ser muito bem trazidas via brechó.

A via de mão dupla criada por peças atuais justapostas a peças de brechó cria um estilo autêntico, moderno, impar, cheio de propósitos, chique e conectado.

Prever o futuro não é tarefa fácil e nem é para nós, mas pelo menos podemos ter noção para onde estamos caminhando, qual é o propósito atual da moda e para onde leva a luz no fim do túnel.

Antenar-se, antecipar-se e estar atento ao meio que nos permeia é o que esperamos, nós amantes da moda. Por isso, partamos já para esse lado brecholento.

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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