Talvez você nunca tenha sequer ouvido falar. Ou já até ouviu, mas não prestou atenção. Ou até seja um dos poucos que conhecem e sabem o que são NFTs (privilegiado por sinal, por ser um assunto muito novo!). Se não sabe, tem que saber. E, por isso, vamos falar agora de um assunto que para ti pode ser futuro, mas que é puro presente.
NFTs ou Non Fungible Tokens são os chamados tokens não-fungíveis.
Mas que diabos é um Token não fungível?
Para ficar mais fácil de entender, lembremos das criptomoedas, que são moedas virtuais. Elas foram criadas, têm um valor, mas só existem no mundo virtual. Por sinal, estão ficando cada vez mais valorizadas.
É a mesma coisa. Os não fungíveis são objetos criados no mundo virtual, que são comprados por dinheiro real, mas que são infungíveis, ou seja, não podem ser vistos, pegados e sentidos, a não ser não esfera virtual.
Roupas, quadros e outros objetos são criados e a partir dessa criação são registrados pelo Blockchain, tecnologia que mantém registros de posse. Esses objetos são representados por imagens, vídeos e gifs.
O diferencial do NFT fica por conta de que ele é exclusivo, ou seja, ele é criado e produzido para não ter cópias, réplicas e possui um selo de autenticidade com data e hora de criação.
E tudo pode virar um NFT. Desde um lance de futebol até obras de arte, o que possibilitou o surgimento do primeiro vestido digital em 2019, que foi vendido por 9.500 dólares.
A existência de peças de roupa, do tipo NFT, fez com que surgissem marketplaces especializados na venda desses produtos, como o The Dematerialised. E o mais bacana é que essas peças podem ser usadas em diferentes ambientes como metaversos, games (como o Second Life e Sanaar) e também em rede sociais baseadas em realidade virtual, como VR Chat, o que o diferencia das peças da atualidade que ao serem compradas só podem ser usadas dentro do mesmo jogo, como é o caso do Fortnite e do League of Legends.
As peças poderão ser vestidas, colecionadas, compradas e trocadas. Um novo mundo se forma e uma nova realidade se cria. E, além disso, podemos criar uma realidade híbrida como foi o que aconteceu com os tênis RTFKT. Ao comprar os tênis da marca você também recebia modelos reais. Ou seja, duas realidades paralelas foram criadas simultaneamente.
Nesse caso, os tokens foram criados paralelamente. Porém, um token pode ser criado a partir de uma peça já existente, ou seja, de modelos físicos. Esses tokens irão conferir exclusividade às peças de luxo, alta costura e, por isso, evitariam a pirataria, uma vez que funcionariam como um certificado de autenticidade, podendo ser armazenados em carteiras digitais e trocados por produtos originais. A questão da autenticidade resolveria muito dos problemas da indústria de luxo, pois o Token demonstraria que o objeto é autêntico. Lembrando que toda a vida do NFT é rastreada pelo Blockchain, impedindo de fato a pirataria.
Há uma única questão que torna o NFT desvantajoso que é a questão do consumo de energia e do impacto ambiental. O processo para introduzir uma nova informação na Ethereum, rede usada pela maioria das transações, requer a realização de cálculos matemáticos complexos que demandam equipamentos avançados e um alto consumo de energia elétrica. Esse processo é conhecido como Proof-of-Work. Algumas das transações de NFTs teriam um gasto energético similar ao consumo de uma família em um país desenvolvido durante dois meses. Num futuro (acredito que não tão distante) com certeza isso irá mudar.
E aí, prontos para viver essa nova realidade?