MPH Entrevista: Alfredo Toné, ator do Teatro Oficina, do diretor Zé Celso

Para quem conhece o trabalho do diretor Zé Celso, do Teatro Oficina Uzina Uzona, sabe que as suas apresentações teatrais são intensas, mexem com o imaginário, desejos e até conflitos profundos do público.

A sexualidade e liberdade sempre caminham juntas e mostram um sexo sagrado, longe de ser confundido com pornografia… mesmo eles deixando claro que não há nada de errado com isso.

Eu tomo a liberdade (e felicidade) de publicar aqui um trecho de um maniFesto amoRevolução escrito pelo ator Alfredo Toné, ou Allfreedom Toné, como ele mesmo se apresenta.

Amor nunca foi procurar alguém que supra a falta
a ausência de algo dentro ou uma necessidade
nem algo que seja particular de alguém pra alguém

Amor é Luz Divyna,
sentimento que transborda o corpo
e pede pra ser compartilhado
vivido em fartura de afeto manifestado
em transas de energyas
em abraços em beijos
no olhar, no toque
receber o outro dentro de si
mergulhar no outro
no coração, no sexo
na imensidão do ser

Amor se maniFesta
como uma entidade
fruto da divindade de ser

Amor Livre porque só existe uma coisa
melhor que dormir de conchinha:
dormir de sanduichinho de conchinha”
.

Eu adoraria publicar o texto inteiro, quem quiser é só deixar o e-mail aqui nos comentário e eu encaminho 😉

Alfredo diz cultivar a cultura desde 1994, quando participou da montagem de Mistérios Gozozos, de Oswald de Andrade e  direção de Zé Celso, apresentado-se num palco montado na rua em pleno carnaval.

Atualmente ele está em cartaz com a peça Macumba Antropófoga, com pouco mais de 5 horas de duração e que percorre junto com o público algumas ruas do bairro do Bixiga até retornar ao galpão do Grupo Oficina.

O público participa, interage e… quem quiser, fica nu junto com o elenco, mas precisa estar preparado para a provocação do personagem que representa o Ódio:

– “Eu odeio quem vem ao teatro para ficar pelado“.

Uma das músicas também brinca com a colonização: “Antes dos portugueses cobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade”.

E para quem acha uma audácia/banalização o simples ato de tirar a roupa, leia o que realmente é absurdo na visão do Alfredo e o que não deveria ser banalizado por nós todos :

O público poderia e deveria reagir muito mais! Estamos num momento revolucionário da humanidade com a revolução árabe, a ocupação de wallstreet, com o acampamento do vale do anhangabaú pelas florestas em reação a Uzina de Belo Monte… então temos que ser muito mais ativos e audazes!”

Para finalizar, perguntei onde ele se vê daqui 5 ou 10 anos. A resposta foi otimista e poderia estar presente dentro de mais pessoas, na minha humilde opinião:

Me vejo num mundo completamente diferente, com uma humanidade que já transcendeu todas os tabus, as cagadas históricas de colonizações, explorações e guerras. Um mundo onde a natureza se manifeste na humanidade livremente, todos os humanos sendo o que são: iguais“.

Ficou com vontade de assistir Macumba Antropófoga? A peça fica em cartaz até o dia 2 de novembro, clique aqui e veja como comprar os ingressos.

E como falamos lá em cima, depois de 5 horas de antropofagia, pode ser que você saia da peça com uma fome voraz.

Fica aqui uma lista com alguns bares e restaurantes localizados próximos do Teatro Oficina para você brindar esta Macumba Antropófoga:

Miquelina Bar e Arte

Bar Kintarô

Gombe

Yamaga

Jornalista e produtor de conteúdo. Veja mais no site eaiconteudo.com.br.
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7 comentários em “MPH Entrevista: Alfredo Toné, ator do Teatro Oficina, do diretor Zé Celso

  1. Boa noite Alfredo,sua peça é realmente magnífica,sempre ouço comentarios por parte dos meus professores e espero ter o prazer de conhecer um dia . Gostaria,se possível que me mandasse o texto completo. Desde já muito obrigado!

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