Inegavelmente a periferia, por meio de funkeiros, rappers e trappers tem invadido o consumo de luxo, estabelecendo novos padrões, comportamentos e ações dentro do consumo.
Não raras as letras de música que apontam a grifes e fazem ode ao desejo de se consumir e ostentar peças caras e fora do público comum.
A exemplo temos alguns trechos a seguir:
“To de nike dunk… hoodie da margiela… já peguei sua irmã… ela é uma cadela.” IceBoy015
“Oakley, oakley, oakley, oakley oakley oakley oakley, oakley,.. Oakley Teeth, Air Strip, Flack Low ou Flack Jack… “ MC Juninho
“Tô aqui, vou ali… De Lacoste eu tô pela quebrada… Já chorei, já sorri.” MC Shoko
Porém, essas mesmas grifes que são referenciadas por essas subculturas periféricas pouco olham para esse público. Ou melhor, não querem se ver associados a corpos negros, periféricos e à massa em geral. Pois, marcas e grifes querem ser sinal de exclusividade e quando são colocadas na boca do povo, popularizam-se, ainda mais nesse meio que não é nem um pouco bem visto. Onde se fala, de drogas, sexo e violência (policial ou não).
O caso Lacoste, que após sofrer duras críticas por não olhar para a periferia em suas ações revela o quanto as marcas querem se distanciar dessas pessoas. E apenas após o rapper Kyan ter criticado a marca é que a MC Dricka foi convidada para compor o time de embaixadores da marca. A Oakley sequer olha para o seu bonde e assim vai.
Esse fenômeno não é restrito à atualidade. A Bossa Nova, o House Music e outros Rappers americanos, como Travis Scott, já passaram por isso. Como se vê, o preconceito social e racial existe e é inegável. Há receio de serem cancelados e perderem dinheiro ao se atrelarem a esses jovens expoentes, que possuem voz, engajamento e influenciam.
A luta dessas subculturas pelo reconhecimento continua. Porém, quando um não quer dois não namoram. Será que um dia esse flerte dá namoro? E você enquanto nosso leitor o que acha disso? Concorda com o distanciamento ou é a favor da aproximação?