De início, as vestimentas em seres humanos tinham valor quase que puramente prático. A combinação das peças em couro e pele de animais silvestres com o fogo permitiram que as primeiras espécimes da espécie em locais mais frios do planeta pudessem sobreviver ao clima. Sem isso, dificilmente chegaríamos tão longe!
Mas logo a vestimenta começou a tomar função também social e até cultural. Usar vestes em sociedades antigas era uma forma de demonstrar seu status em meio aos seus pares. Quanto mais elaborada a vestimenta, (geralmente) mais respeitada era a pessoa que estava a vesti-la.
Até a moda tornar-se forma de expressão pessoal, levou-se um certo tempo e também a quebra de muitas barreiras sociais. Agora as vestimentas se tornariam significadores não de classes sociais, mas sim da sua “tribo”. E daí surgiriam as associações entre estilos musicais como o punk e o new wave, e as passarelas que buscavam inspiração nestes movimentos.
Essa simbiose continua muito viva, ainda que o mundo da moda ainda “torça o nariz” daqueles que acham estranho a tendência da mesma de extrapolar algumas das normas que ainda mantemos em tempos atuais. Mal sabem eles que o papel da moda é de fato transgredir tais normas, abrindo espaço para que novos elementos culturais encontrem sua forma de expressão.
Moda e mídia se entrelaçam
O mundo da moda consegue ser um espaço altamente democrático graças à sua capacidade de se “alimentar” dos mais diversos elementos culturais que o mundo nos traz. Ao mesmo tempo, a moda acaba influenciando os próprios movimentos de onde ela tirou parte de suas inspirações, em um ciclo virtuoso cujo limite é de se perder de vista.
A relação entre cinema e moda é de longa data. É algo que começa desde a transformação de modelos famosas como Famke Janssen e Rebecca Romijn em atrizes de sucesso, além de atrizes como Audrey Hepburn reproduzindo nas telas a vida de modelos – e virando inspiração para o mundo da moda por conta de sua pompa e estilo. As produções cinematográficas sobre o mundo da moda são comumente sucessos de bilheteria e também de influência cultural, como O Diabo Veste Prada, produzido e distribuído pela Fox com Meryl Streep e Anne Hathaway nos papéis principais; além de As Patricinhas de Beverly Hills, produção da Paramount que acabou virando uma das obras definitivas sobre os anos 1990 e o guarda-roupa da época graças aos talentos da atriz e modelo Alicia Silverstone.
Existe uma simbiose interessante também entre a moda e outro elemento do mundo do entretenimento bem notável: o cassino. Casas de jogos foram por muitos anos um espaço frequentado pela alta sociedade, com ternos, smokings e vestidos servindo como trajes essenciais de uma visita a esses recintos. Esse panorama muda em parte com a popularização das casas como destino turístico, além do esforço da própria indústria de explorar ambientes virtuais. Isso se traduz hoje em websites como Casinos.pt que servem como um espaço introdutório para novos jogadores de cassinos que querem saber como funcionam algumas das modalidades mais famosas da indústria, como as roletas e o pôquer; além da possibilidade de se jogar alguns destes jogos ao vivo. Ao mesmo tempo, mesas de pôquer nos cassinos físicos e virtuais atraem pessoas de muitas origens que não tem o menor temor de demonstrar sua maneira de ser através de vestimentas que seriam consideradas espalhafatosas em qualquer âmbito social que não fosse a mesa de jogo.
Nem os videogames “se salvam”, o que pode parecer estranho em primeira vista uma vez que tal associação entre “gamers” e estilistas nunca pareceu tão forte. Entretanto, em tempos atuais onde quase todo mundo é um jogador, era impossível fugir deste eventual crossover. Por isso, grandes grifes como Burberry e Gucci tem lançado jogos próprios, ou se associado a outros jogos como Tennis Clash para divulgação. Mas o destaque vai talvez para Marc Jacobs, que criou o design de algumas roupas para o famoso jogo da Nintendo, Animal Crossing: New Horizons.
O futuro e o futurismo
Uma das maneiras mais comuns de se diminuir o impacto da moda no mundo em si, é acusa-la de ser cíclica e de reciclar antigas ideias e vende-las como novas. Mas o que se vê no mundo real é o exato oposto, com a moda e seus influenciadores ditando tendências ao invés de segui-las.
Algumas das tendências da moda, principalmente em seu âmbito mais futurista, demoram um tempo para “pegar” de vez. Mas uma vez que a moda pega… é difícil fugir dela.
Uma demonstração clara nesse âmbito vem também dos videogames. O jogo Cyberpunk 2077, a ser lançado pela produtora polonesa CD Projekt em no mês de novembro, tem clara inspiração não só na parte “punk” do seu nome, mas também no âmbito mais futurista do movimento que dá nome ao jogo. Esse movimento teve por muitos anos algumas de suas apresentações mais icônicas nas grandes passarelas do planeta, algo que se intensificou a partir da entrada do movimento afrofuturista no mundo da moda.
E economicamente falando, a indústria da moda ainda é altamente relevante. Mesmo que o mercado em si tenha sofrido um grande baque por conta da atual crise, a recuperação de países como França e Itália que tem parte bastante relevante de suas economias atreladas à indústria acabará passando por sua retomada.
Seres humanos parecem estar constantemente à procura de maneiras para se expressar, e nossas roupas são uma parte vital desse processo. Enquanto esse for o caso, a moda continuará a ter relevância para ditar tendências, e também para se inspirar nas tendências que vem de fora desse gigantesco mundo.