Paradigmas e costumes são criados ao longo do “processo evolutivo” e quebrados a todo o momento. Darwin martela nossa cuca todos os dias. Faz com tenhamos que decorar a tabuada da vida em que o mais forte sobrevive. Assim foi, assim é e assim sempre será.
Em nome de Deus, milhares foram massacrados na inquisição. Sob a supremacia branca outros mil foram mortos e perseguidos por Hitler. Do primeiro sutiã queimado à Maria da Penha, pouco mudou. Da chibata que clamou princesa Isabel ao preto pobre que é açoitado com olhares de desconfiança como sempre fosse um bandido. Dos dias de hoje em que o gay, as lésbicas e as trans continuam a ser perseguidos para proteger a moral da família tradicional brasileira.
A mordaça que calou, já não cala mais. As minorias clamam, gritam e se insurgem. Os conceitos já não são mais os mesmos. Do limbo ressurge o que a sociedade insiste em varrer debaixo do sofá como se nunca tivesse existido.
O conceito de beleza muda a cada dia. Os padrões estão invertidos. Oh, o que será da aristocracia branca? Inversão de valores. Branco, loiro, dos olhos azuis, heterossexual (esse conceito já era meu senhor!).
Vamos picar revistas, arquivar livros e colocar obras no Museu, o século XXI promete uma nova era e não é de gente elegante, muito menos sincera. Sim, é do preto, do pobre, da travesti que você vai ter que engolir e da bicha sim, com muito orgulho.
As marcas de cosméticos já sacaram tudo isso. Ninguém é bobo meu querido, nem quer perder mercado. Mais que corpos, tons de pele e faixa etária. A gorda também quer representatividade, o negro clama empoderamento e o homem aos 70 luta por espaço em uma população cada vez mais envelhecida.
Um exemplo disso vem da gigante americana CoverGirl, com seu novo slogan “I Am What I Make Up”, que representou uma mudança ao incorporar novas Covergirls em suas campanhas, como Maye Musk, de 69 anos.
A mudança nas empresas de cosméticos vem delas. mulheres, sempre elas, menos resistentes, mais modernas e no geral mais libertas de pré-conceitos.
Hoje, elas não querem padrões impostos. Gisele Bündchen que me desculpe, mas quantas Magás ou Caróis com Ka não estão proliferando pelas ruas? Mostrando sua beleza, seu poder e um lifestyle único, diferente e que faz moda, dita conceito e impõe novos padrões.
Isso mexeu nas estruturas, deixou pernas bambas e fez muita gente derrapar como se estivesse pisado em casca de banana. Por isso, a forma de se comunicar das empresas de cosméticos também mudou.
A Natura e a Avon mudaram sua forma de falar e de chegar ao consumidor.
A Natura lançou uma campanha #todabelezapodeser fazendo a sociedade botar a cara no sol ao ver uma trans, a drag queen Penelopy Jean, ou seja, um homem (sexo masculino) contando sua experiência na busca do seu interior, que seria uma mulher. Isso traz das bocas de esgoto aquelas que ainda são oprimidas, violentadas, excluídas e as que mais morrem no Mundo, as transexuais.
A Avon trouxe à tona o orgulho LGBT com uma campanha #sintanapele. Na campanha há identidades de gênero bem diferentes. A figura do ano, Pablo Vittar e outras grandes nomes da representatividade gay, como Liniker, Elki Maravilha estrelam a campanha. Uma campanha que cutuca feridas, mexe em padrões e mostra algo que muita gente não gostaria de saber sequer que existe.
Além disso, há a questão explorada por muitas marcas em ter selos de qualidade reforçando seu compromisso com o meio ambiente e com a natureza, produzindo produtos veganos.
Tudo mudou. Vivemos uma nova era. Bolsonaro que se prepare, muitas vozes vão gritar e as minorias clamam por espaço, atenção e representatividade.
Nós somos do Moda para Homens (para TODOS os Homens), por isso apoiamos a causa. A causa do pobre, do negro, da bicha, da travesti e da mulher. Por isso, estamos aqui para elogiar essas iniciativas que discutem não só padrões, mas gêneros, questões sociais e políticas.
Foco na luta porque há muito que se mudar, buscar e construir. Aceitem que dói menos, as marcas de beleza para elas estão quebrando diariamente padrões de beleza para eles.