Expoentes da moda mundial, os desfiles da Gucci, coordenados por Alessandro Michele são os mais esperados por todos. Sim, até a concorrência espera ansiosamente para ver qual a da vez trazida por Michele. Estilistas, marcas, grifes, modelos, produtores de moda. TODOS. Todos param quando o assunto é a nova coleção Gucci.
Na semana passada a Gucci lançou uma coleção cápsula de Primavera/Verão 2018 inspirada em Elton John. Só que atenção, ele foi apenas uma das referências (no caso a principal). Michele não tem uma inspiração, mas sim várias. Mora aí o seu ponto de criatividade. As pessoas gostam de criar regras, rotular a moda, mostrar o que pode e que não pode.
Pois bem, Michele dá um chute em tudo e mistura tudo. Sabe aquele look maluquete que ninguém se atreveria a andar na rua, então, bem coisa de fashionista? Michele tem exatamente essa proposta! E não é que a coisa está dando certo? Vai indo bem, obrigado. Bem longe por sinal.
Michele usou o acervo pessoal de Elton John como referência. APENAS, porque ele faz uma miscelânea de tudo. Traz às passarelas e aos looks muitas, diversas e infinitas referências. Temos as ideias de Heidegger sobre autenticidade, glam oitentista, bordado chinês, fluidez de gênero, stage wear dos anos 1970, códigos talismânicos, terno galês, o cartoon Pernalonga, as irmãs Mitford, cultura asteca, paetês e cristais, baseball, música trance e a trilha dramática de Réquiem Para Um Sonho… Tudo pode coexistir.
Além de tudo, O cara coloca mais de 100 looks na passarela e não. O desfile não fica chato. Cada modelo com uma novidade. Cada peça com uma inspiração. Cada passagem um novo sonho de consumo, em um pano que teve Roma como inspiração. Mas teve também um Foro Imperial. Um Buda Chinês… Teve tudo e não teve nada ao mesmo tempo. Michele é muito bom nisso, não só nos looks, mas em tudo. Misturar é a palavra de ordem e “se foda” o resto.
Com relação a fonte-mor de inspiração. Elton John foi visto em um estouro de glam rock que estava em muitas das peças como os tracksuits brilhantes, macacões de cintura alta, paleta em tons de rosa, roxo, verde e laranja, blazers bordados com ombros extravagantemente largos e as iniciais EHJ nas costas (Elton Hercules John), e pra quem tiver dúvida, Michele desenha: há bolsas estampadas com uma capa de um vinil de 1971 do cantor. Alguns dos looks são, inclusive, uma recriação dos arquivos de Sir Elton e fazem parte de uma coleção-cápsula da marca, em colaboração com ele.
Confira como foi o desfile:
Por bem ou por mal, mas quase por bem. A Gucci dá sempre o que falar e mais uma vez foi assim, furtou a cena internacional e foi destaque entre os desfiles.