É notável o apelo carismático dos personagens mais doentios da história do entretenimento. Por mais macabro que eles sejam, se eles possuem aquela parcela de humanidade ou humor atribuído, ganham o público de uma maneira viral. Assassinos não deveriam ser idolatrados dessa maneira, ainda bem que nesse caso estamos falando da ficção (menos mal). Se entendermos isso dessa forma, dá um pequeno alívio. Mas fora a questão comportamental, esses personagens precisam estar apresentáveis. E não há exemplo melhor que o psicopata americano Patrick Bateman.
As aparências enganam? Nesse caso muito. Se a gente cruzar na rua com alguém como Patrick Bateman, personagem de Christian Bale no filme “Psicopata Americano” do ano de 2000, logo imaginamos aquele executivo inalcançável, mas aqui se trata dos anos 80, onde as coisas ainda eram mais diferentes de hoje. O filme marca a época dos “yuppies”, espécie de tribo como os playbas ou boyzinhos, que se refere a jovens adultos muito bem sucedidos, que usam de sua influência para ter o melhor celular do mundo (mesmo que tijolão), ter o cartão de visita com o design mais cool do momento e claro conseguir furar a fila de espera nas reservas de mesa do restaurante mais badalado do momento. Ah, claro, o cuidado com o corpo também é imprescindível para um “yuppie” que se preze. Bem, essa competição não pode ser saudável obviamente, por isso o nosso psicopata em questão vai fundo na matança e usa sua frustração e loucura para aliviar a tensão do dia-a-dia.
Tirando o sangue, o estilo de Patrick Bateman é impecável.