MPH: Igor Fernandez, o Lucas de ‘Cara e Coragem’

Igor Fernandez desde cedo sabia bem o que queria. Aos 7 anos já brincava de ser autor, ator e diretor. Igor teve de trabalhar como ajudante de pedreiro devido às suas necessidades, por isso viu no circo a sua primeira oportunidade de trabalhar e viver apenas de arte, tendo para isso estudar palhaçaria.

O ator afirma que qualquer estudo é superado por 8 ou 10 horas dentro de um estúdio gravando. Hoje, na rede Globo, ele vive o bailarino Lucas, com o qual se identifica em muitos aspectos.

Para viver a personagem está treinando dança vertical, algo até então bem novo para ele.

Confira a entrevista exclusiva dada ao MPH:

1 – Igor, desde muito cedo, você sempre foi apaixonado por teatro. Quando você fez seu primeiro curso de teatro? E como foi essa estória de aos 10 anos escrever roteiros? Você pensa em ser diretor?

Quando eu tinha sete anos, minha mãe começou a fazer um curso de artesanato em um centro de cultura e ela me levava junto porque eu era muito novo e não tinha com quem ficar. Acontece que, em uma dessas idas, eu acabei me deparando com uma aula de teatro acontecendo nesse mesmo espaço, e foi lá, naquele momento, onde iniciei minha carreira, mesmo sem saber. De lá pra cá eu nunca larguei os palcos e a arte, e eu me sentia tão em casa com aquilo tudo que eu comecei instintivamente a fazer coisas, como escrever roteiros, que geralmente crianças ainda não fazem.

Eu pegava as minhas revistas em quadrinho, fazia cópias a mão delas, as vezes cinco, seis cópias, sempre adaptando a trama, e obrigava os meus coleguinhas a atuarem para mim, ou seja, eu já brincava de ser ator, autor e diretor já naquela época. Hoje em dia, apesar de não ter tempo para outra coisa se não atuar, eu penso muito em dirigir, principalmente teatro e cinema. É uma vontade que segue no meu coração e acredito que um dia eu vá colocar para fora.

2 – Você fez curso de palhaçaria e a maioria dos atores não seguem por esse lado. Você pensou em ser ator circense, algo do tipo. Por que esse interesse?

Na verdade, eu entrei no circo porque antes disso eu acabei precisando trabalhar como ajudante de pedreiro muito cedo, para bancar meus cursos de teatro e outras demandas. Então aos meus 15/16 anos eu encontrei uma trupe de circo e teatro (TRUPE TOCA) que realizava trabalhos circenses profissionais e ali eu vi minha primeira oportunidade de viver financeiramente só de arte. Fui lá na sede da trupe com toda coragem e me apresentei para eles, e assim comecei a fazer parte do time.

A partir daí eu tive contato com todo tipo de arte circense, desde a palhaçaria aos trabalhos com fogo, malabares, perna de pau, tudo isso eu sei fazer, e acabou que essa experiência toda me modificou completamente como artista, porque o circo demanda muita técnica, muita dedicação, muito estudo, além de concentração e amor pela profissão. Então além de conquistar meu objetivo que era ganhar dinheiro fazendo arte eu me desenvolvi enquanto cidadão artista por conta dessa fase da minha vida.

3 – Como foi sua estreia na TV? Em Sob pressão você viveu uma personagem totalmente diferente da que vive hoje, o que você aprendeu com sua estreia na TV e o que você considera que melhorou muito desde então?

Acho que minha estreia veio na hora certa. Eu já estava no teatro há muitos anos, já me arriscava em alguns testes para TV e quando aconteceu eu senti que veio na hora que tinha que vir. Luan, que foi o personagem da minha primeira novela na televisão (Bom Sucesso, TV Globo) foi um grande desafio, primeiro por conta do tamanho, já que era um protagonista jovem, e segundo porque era uma equipe de alto nível e eu me esforcei muito para garantir a qualidade que todos a minha volta entregavam pro trabalho.

Já o Túlio, (Sob Pressão) foi um trabalho mais denso, porque para além de eu estar em uma série premiada, o personagem também tinha camadas mais delicadas, era tudo muito mais sério. A melhoria do primeiro trabalho pra cá se dá muito pela experiência, a gente pode estudar muito, mas a prática da televisão, essa de passar 8, as vezes 10 horas num estúdio gravando, só essa demanda traz pra gente melhorias na técnica e na confiança para trabalhos na televisão.

4 – Em Cara e Coragem, você está vivendo Lucas. Pode nos contar um pouco sobre o personagem? E como tem sido as aulas de balé para viver Lucas? Você já dançava antes?

Lucas tem muito de mim e isso vai além do personagem ser um bailarino. Ele é de bem com a vida, é sonhador, é alto astral e acredito que também sejam características minhas. Acho que a única diferença entre nós é que ele é metido a pegador e eu sou muito mais tranquilo quanto a isso, não sou de ficar pulando de galho em galho assim tão fácil quanto ele. E para viver o Lucas eu tive aulas de dança vertical, que é uma técnica de dança misturada com equipamentos de rapel e feita numa parede, então esse foi o desafio para viver o personagem porque eu não fazia sequer ideia de que essa técnica de dança existia.

Eu sempre dancei, ainda faço aulas de ballet clássico, dança contemporânea, já trabalhei em musical de samba de gafieira, etc., mas a dança vertical foi algo totalmente novo na minha vida. Tivemos uma preparação longa e sensível com a Adelly Costantini, nossa professora e coreógrafa da novela, inclusive eu tinha um medo de altura, que foi superado porque as vezes dançamos a muitos metros de altura. O que a gente não faz pelo nosso trabalho, não é?

5 – Igor o que vem de novo aí para o que vem. Conta um pouquinho para gente quais são os novos projetos. Tem algo que ainda o público não saiba, mas que possa nos contar?

Não posso contar nenhum detalhe do que já vem após a novela, até porque eu só gosto de contar depois que assino o contrato do trabalho e entendo até que ponto posso dar spoilers, mas posso garantir sem dúvidas de que permanecerei na televisão e logo logo já vou poder vir aqui contar pra vocês o universo de um próximo personagem que chegará pra mim.

Até a próxima entrevista!

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.
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