A Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353), sancionada em 13 de maio de 1888, assinada por Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, e pelo ministro da Agricultura da época, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil.

Mas será que a escravidão foi, realmente, extinta no Brasil?

Hoje eu tive a certeza que não. E foi com uma notícia que me deixou totalmente abalado:

“Roupas da Zara são fabricadas com mão de obra escrava.”

E essa notícia não aconteceu na África, China, etc. Lugares que a gente vê a notícia, abaixa a cabeça, entristece por 1 minuto e depois esquece… Foi no Brasil! Isso, no Brasil. Depois de 123 anos ainda vemos esse tipo de trabalho acontecendo! E pior, no centro da capital comercial do país, em São Paulo.

Na mais recente operação que vasculhou subcontratadas de uma das principais “fornecedoras” da rede, 15 pessoas, incluindo uma adolescente de apenas 14 anos, foram libertadas de escravidão contemporânea de duas oficinas – uma localizada no Centro da capital paulista e outra na Zona Norte.

A investigação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) – que culminou na inspeção realizada no final de junho – se iniciou a partir de uma outra fiscalização realizada em Americana (SP), no interior, ainda em maio. Na ocasião, 52 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes.

O quadro encontrado pelos agentes do poder público incluía contratações completamente ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16h diárias e cerceamento de liberdade (seja pela cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários, o truck system, seja pela proibição de deixar o local de trabalho sem prévia autorização). Apesar do clima de medo entre as vítimas, um dos trabalhadores explorados confirmou que só conseguia sair da casa com a autorização do dono da oficina, só concedida em casos urgentes, como quando levou seu filho ao médico.

Para quem se interessar, a notícia completa está aqui.

E será que a culpa é da Zara?

Ela teve uma parcela da culpa, pois, para ter maior lucro procurou o fornecedor mais barato. Mas e se não existisse aquele fornecedor que cria esse modelo de trabalho, também, para ter lucro?

A culpa é do Diabo?

Talvez seja do Diabo. Esse Diabo que existe dentro de cada um que cruza os braços frente a uma notícia como essa. E pior ainda daquele que discute: “Mas o que eu vou fazer? Parar de comprar na Zara? Parar de comprar Nike? Parar de comprar tudo?”

Não pare de fazer nada que te deixa feliz. Mas em algum dia na sua vida, tente deixar seu egoísmo de lado e faça o OUTRO, também, feliz.

Num mundo melhor, com pessoas felizes e altruístas, com certeza, não existiria espaço para a maldade.

Hoje o Diabo vestiu Zara, mas quando você se despiu dele?

Guilherme Cury

36 anos, taurino, blogueiro e músico nas horas vagas. Criou o MPH há 10 anos com o objetivo de trazer as principais novidades do universo da moda masculina para o homem que se importa com o que veste.

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