Enquanto a vacinação dos brasileiros contra a Covid-19 não estiver completa, teremos que lidar com um vírus, cujos ataques ao corpo atingem vários órgãos – e deixam sequelas.
“Para as pessoas que tiveram a forma grave da doença, além de inúmeras queixas, a recuperação da massa muscular perdida está entre as prioridades. Para as pessoas com quadros leves entre as diversas queixas da ‘long-covid’ estão, o cansaço físico e emocional, a fraqueza muscular, a falta de ar, as alterações de paladar e olfato, as disfunções circulatórias, que podem ter várias consequências, desde a formação de pequenos coágulos até a queda de cabelos”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia. “Por esse motivo, para ajudar no tratamento dessas sequelas e acelerar a recuperação, é necessário priorizar alguns alimentos”, acrescenta a médica.
Abaixo, consultamos diversos especialistas para destacar 5 sequelas às quais você deve redobrar sua atenção:
No começo de junho, uma meta-análise publicada no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry revisou evidências de 215 estudos da Covid-19 para confirmar que as sequelas neurológicas são regra e não exceção em pacientes curados da Covid-19.
A meta-análise relata uma ampla gama de maneiras pelas quais Covid-19 pode afetar a saúde mental e o cérebro. “O cérebro acaba sendo um alvo fácil durante o processo de doença por diversos acontecimentos em simultâneo no corpo”, explica o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).
Dentre as sequelas mais comuns, estão: fadiga, sensação de falta de ar, dores musculares, cefaleia, tontura frequente, dificuldades de memória e concentração, além de insônia. De acordo com o neuro-oncologista Dr. Gabriel, são vários motivos que estão ligados ao ataque ao cérebro na doença Covid-19, incluindo a falta de oxigênio para o corpo (incluindo cérebro), danos nos vasos, a alta carga inflamatória que sobrecarrega o sistema imune e a própria invasão cerebral pelo próprio vírus.
Segundo a Dra. Marcella, muitos alimentos são condicionais para o bom funcionamento cerebral, entre eles estão: os carboidratos como cereais, pães e massas integrais, hortaliças e frutas, que devem constituir aproximadamente 50% da dieta, pois a glicose é o principal combustível energético do cérebro, portanto é fundamental manter os níveis de glicemia estáveis e em equilíbrio ideal ao longo do dia. “As castanhas do Pará, amêndoas e sementes como chia e linhaça são ricos em vitaminas, minerais e ácidos graxos ômega 3, que reduzem o estresse oxidativo e melhoram o sistema imune, protegendo contra o envelhecimento celular. As sementes de chia e linhaça têm impactos positivos no metabolismo pela grande presença de fibras”, diz a médica nutróloga. Segundo a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos, pensando na questão neurológica, suplementos interessantes seriam os Fosfolipídeos de caviar, In.Cell, Lipo PS20 e Modulip.
“O FC ORAL (Fosfolipídeo de Caviar) é rico em ômega 3, vitamina E e Astaxantina, por isso confere uma ação anti-inflamatória. A presença de DHA vetorizado em fosfatidilcolina ultrapassa a barreira hematoencefálica e auxilia na saúde neuronal e sua plasticidade”, explica. “No caso do In.Cell, há um pool de aminoácidos essenciais, lipídeos, ômega 3, microminerais e vitaminas. Quanto ao Lipo PS20, esse ativo conta com fosfatidilserina e Fosfatidilcolina, que são potencializadores cognitivos, também chamados de nootrópicos, que atuam otimizando o aprendizado e a memória através da funcionalidade de biomembranas e integridade do Sistema Nervoso Central. Por fim, Modulip GC, um neuroprotetor, atua restabelecendo a secreção de Fator de Crescimento neural (FCN) e protegendo as terminações nervosas dos malefícios provocados pelo excesso de cortisol formado pela ‘tempestade inflamatória’ desencadeada pela Covid-19”, explica a farmacêutica.
Pacientes que tiveram Covid-19 podem sofrer com trombose semanas ou meses após a infecção, de modo que a incidência chega a ser três vezes maior em quem experimentou casos severos da doença.
“É fundamental procurar um médico cirurgião vascular após a recuperação da doença, mesmo em casos menos graves. Na trombose, um coágulo sanguíneo se desenvolve no interior das veias das pernas devido à circulação inadequada, impedindo assim a passagem do sangue. O problema geralmente se manifesta como um quadro de dor na perna, principalmente na panturrilha, associado a inchaço persistente, calor, sensibilidade e vermelhidão o que vai levar quase sempre à procura de ajuda médica. Em casos mais raros, o coágulo pode ainda se desprender da parede da veia e correr pela circulação até chegar ao pulmão, causando uma embolia pulmonar que pode resultar até mesmo em morte súbita”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Essa é uma das graves complicações relacionadas a casos de Covid-19. “Isso acontece porque o agente patógeno causador da Covid-19 desencadeia um processo incomum de coagulação, favorecendo a formação de coágulos nas veias e, consequentemente, aumentando a incidência de quadros de trombose. Além disso, o Coronavírus também favorece o surgimento de trombose nos pequenos vasos, causando uma inflamação na parede das artérias e dos vasos”, explica a cirurgiã vascular.
“O aumento da predisposição de trombose parece ser mais uma das sequelas causadas pela Covid-19. E esse efeito a longo prazo da Covid-19 independe da gravidade da doença, pois, em consultório, observamos a incidência de trombose tanto em pacientes que apresentaram graves sintomas quanto naqueles que foram assintomáticos”, alerta a médica, que orienta um check-up vascular com exames e, se necessário, uso de meia elástica de compressão para prevenção de trombose.
Uma pesquisa publicada no final de abril no periódico Experimental Physiology destaca os possíveis impactos de longo prazo da doença Covid-19 na saúde de adultos jovens relativamente saudáveis que não foram hospitalizados e que apresentavam apenas pequenos sintomas devido ao vírus.
“O aumento da rigidez das artérias, em particular, foi encontrado nesses jovens. Isso pode afetar a saúde cardíaca e também pode ser importante para outras populações que experimentaram casos graves do vírus. O estudo destaca que esses adultos jovens e saudáveis podem ter risco aumentado de complicações cardiovasculares, que podem continuar por algum tempo após a infecção por Covid-19”, explica o Dr. Juliano Burckhardt, médico cardiologista, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da American Heart Association.
“Essa pesquisa assinala a importância de que jovens, após o tratamento e a cura dos sintomas, procurem um médico cardiologista, melhorem hábitos de vida, incluindo dieta e prática de atividade física, com o objetivo de diminuir os riscos cardiovasculares”, acrescenta o médico.
De acordo com a farmacêutica Patrícia França, a utilização de suplementos como In.cell e F.C oral, que contemplam ômega-3 em sua composição, podem auxiliar na redução de problemas cardiovasculares e na antiagregação plaquetária, pois irão atuar modificando a composição dos lipídios das membranas celulares reduzindo o processo inflamatório comumente encontrado nas condições cardiovasculares e trombóticas.
O fio de cabelo tem três fases: anágena (fio em crescimento), fase catágena (fio maduro ainda no folículo), fase telógena (fio em queda já destacado do folículo).
“A maioria dos fios estão em fase de crescimento no couro cabeludo. O Eflúvio Telógeno ocorre quando, por alguma razão, os fios que deveriam estar em fase de crescimento, pulam para fase de queda. Como uma pessoa que ao invés de morrer de velhice, morre jovem em um acidente de carro”, compara o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, da Clínica GRU e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Pacientes recuperados de Covid-19 relatam também sofrer com a queda de cabelo. “A perda de cabelo é um fenômeno bem descrito após qualquer estresse fisiológico no corpo. Embora ainda não tenhamos estudo científico sobre o assunto, essa queda pode estar ligada ao estresse físico e psicológico que os pacientes vivenciaram com a infecção”, diz o dermatologista Dr. Daniel Cassiano. “A queda de cabelo nessas situações não é um fenômeno surpreendente, já que as pessoas começam a notar o eflúvio telógeno cerca de três meses depois de adoecer”, diz o dermatologista. Embora essa queda de cabelo relacionada a um evento infeccioso ou cirúrgico, estresse emocional e por dieta seja apenas temporária, ela também pode ser angustiante.
Existem suplementos que ajudam nesse processo: “Exsynutriment é um repositor de silício orgânico hidrossolúvel composto de ácido ortosilícico ligado a aminoácidos e um hidrolisado de colágeno marinho, que diminui a queda do cabelo e promove um incremento do fluxo de nutrientes permitindo o aumento na produção de queratina, melhora a qualidade do fio e consequentemente a densidade capilar. Já In.cell confere maior resistência e brilho aos fios, pois os cabelos se estruturam através de filamentos proteicos dependentes de enxofre, e os ácidos graxos poli-insaturados irão contribuir para a nutrição dos folículos pilosos”, destaca Patrícia.
Pacientes que ficaram acamados por longos períodos também notam perda de massa muscular.
“A fadiga, inclusive, se deve a várias causas, e pode ser decorrente da perda de massa muscular causada diretamente pelo vírus. Quanto maior a gravidade da infecção, maior o comprometimento a longo prazo”, afirma a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do American College of LifeStyle Medicine.
“Para enfrentar os sintomas musculares do Long Covid, o tratamento deve ser multidisciplinar. Dieta saudável, rica em antioxidantes, suplementos nutricionais adequados, exercícios físicos regulares e dentro dos limites de cada paciente são indicados”, diz a cirurgiã plástica.
Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, entre os métodos de gerenciamento das queixas musculares da Long-covid estão a educação do paciente que deve ser informado de sua real situação, pois dele depende o sucesso terapêutico.
“É indicado um programa regular de exercícios estruturados com elementos aeróbicos e de resistência, além de garantir a reposição de líquidos e eletrólitos, e seguir uma essencial orientação dietética, com aporte adequado de proteínas, carboidratos e gorduras. Para pacientes que apresentaram casos graves da doença, a recuperação da massa muscular, além de sessões de fisioterapia e exercícios físicos orientados, requer aumentar o aporte de proteínas, calculadas de acordo com as necessidades individuais, inseridas em um plano alimentar. As principais fontes proteicas são as carnes, ovos, laticínios e leguminosas. No caso de não atingir o aporte proteico mínimo, suplementos podem ser indicados, sempre após o jantar, para não impactar no apetite. O principal benefício é a recuperação da massa muscular, mediada por fisioterapia e atividade física”, explica a Dra. Marcella.
No caso dos suplementos, eles também podem ser indicados. “A clássica creatina, que atua também reduzindo o dano muscular pela regulação da expressão gênica da fibra muscular, resposta inflamatória, estresse oxidativo e homeostase do cálcio, pode ser combinada com Osteosil (Silício Orgânico e fósforo), responsável pela modulação do cálcio e magnésio ambos importantes para o metabolismo muscular, reestruturação do tecido conjuntivo e melhora na saúde da matriz extracelular”, explica Patrícia. “Outra opção é o In.Cell. Esse pool de aminoácidos essenciais, lipídeos, ômega 3, microminerais e vitaminas que estão vetorizados em Fosfatidilcolina, atua restabelecendo a fluidez e função da membrana celular, melhorando a absorção de nutrientes para dentro da célula”, destaca a farmacêutica.
O mais importante é procurar um médico para fazer um check-up e seguir suas orientações. “Toda suplementação deverá ser utilizada durante o tempo que o profissional da saúde que acompanha o paciente julgar necessário; normalmente é utilizado por um período de três meses até nova avaliação do profissional habilitado para prescrever e acompanhar o paciente”, diz a farmacêutica.
*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.
*DR. GABRIEL NOVAES DE REZENDE BATISTELLA: Médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Formado em Neurologia e Neuro-oncologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, hoje é assistente de Neuro-Oncologia Clínica na mesma instituição. O médico é o representante brasileiro do International Outreach Committee da Society for Neuro-Oncology (IOC-SNO).
*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Nutrólogo e Cardiologista, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal, atuou e atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. O médico tem certificação Internacional pela Harvard Medical School, para tratamento da Obesidade. É diretor médico do V’naia Institute.
*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.
*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557
*DR. DANIEL CASSIANO: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Cofundador da clínica GRU Saúde, o Dr. Daniel Cassiano é formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Doutorando em medicina translacional também pela UNIFESP. Professor de Dermatologia do curso de medicina da Universidade São Camilo, o Dr. Daniel possui amplo conhecimento científico, atuando nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.
*PATRÍCIA FRANÇA: Farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos.
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