Moda Para Homens - Homem também tem que ter estilo!
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Moda Para Homens - Homem também tem que ter estilo!


 

dica, estilo, o que usar, referências

O que vestir para não morrer de calor?

Assim como as cores, os tecidos também sofrem mudanças através das tendências. Mas, ao contrario do primeiro, eles têm uma vida útil bem maior. Por exemplo, uma marca pode comprar toneladas de uma mesma malha e usar em três ou quatro coleções, basta mudar a cor, a estampa ou o modelo da roupa. E é por isso que ele se releva um fator de peso na hora de você sair às compras.

Tecidos também sofrem modificações de acordo com as tendências de mercado!

Estamos naquela época do ano que, por onde a gente passa, está tudo colorido, estampado, leve e fresco. E muita gente sai agora para comprar as roupas para as férias. Como os preços nessa época são bem mais altos por se tratarem de lançamentos, é preciso que você pense em peças que possam ser aproveitadas no verão seguinte, afinal consumo consciente é consumo inteligente.

Para muito além das tendências, que mudam freneticamente a cada seis meses e se revelam bem injustas com nossos bolsos, esse post serve como um guia de como comprar roupas para o verão a partir dos tecidos em que são feitas.

As camisas masculinas vieram para ficar durante toda a estação. No verão vale investir nos tricolines leves, com tramas mais finas, como cambraias e até mesmo voiles (estes, bem mais transparentes). Mesmo em cores escuras, esses tecidos não absorvem mais calor devido aos fios leves. Blusas de malha também são cada vez melhores opções de praticidade e confortabilidade. Mas esqueçam as de poliéster. Apesar de secarem mais rápido e não precisar passar, não retém suor e a sensação de calor se multiplica. As malhas de algodão e viscose, apesar de mais caras, são também mais frescas e com uma vida útil bem maior.

A novidade nas malhas está por conta dos Devorês, que são nada menos que malhas ‘devoradas’ por ácidos que formam desenhos com certa transparência, o que proporciona um frescor bem maior. É comum serem compostas de algodão com poliéster, porque o acido que é usado no processo não funciona só no algodão. Dispensam estampas. Apesar dos Devorês serem vistos mais em peças femininas, não é difícil encontrar para nós com desenhos abstratos.

Algodão e linho são os grandes trunfos do verão! Já os estampados nas camisas, a chave são as estampas e padronagens mais tradicionais, como xadrezes frescos e listras, que já se tornaram quase commodities, podendo ser aproveitadas em qualquer verão.

As calças cargo em sarjas pesadas, como o jeans sem lavagens e bermudas carregadas de bolsos, são peças que costumam ser deixadas de lado no verão. A ideia é optar sempre pelo frescor. As barras dobradas, herança dos antepassados que voltou com tudo no último verão, é um aliado para quem não pode trocar a peça por shorts em ambientes mais formais.

Geralmente as calças da estação são em tecidos bem mais leves em modelagens também mais clean. O linho é uma opção que, além de elegante, vai fazer você não querer tirar do corpo, porque é leve, fresco e confortável. Infelizmente 100% linho geralmente é mais caro porque a matéria prima é mais escassa na natureza e o tratamento é diferenciado. Mas hoje em dia existem opções mistas com algodão que barateia a peça e não perde a essência do confortável, além de cair muito bem para camisas, bermudas e calças, sempre em tons terrosos.

Post criado originalmente no Sem Geração.

fevereiro 9, 2021por Dhyogo Oliveira
colaboração, estilo, MPHistória, Street Style, xadrez

Saias para homens – preconceito até quando? (veja sua história)

Essa história tem mais de 3000 anos, mas ainda é um tabu em muitas partes do mundo, principalmente aqui no Brasil. Já falamos sobre elas, já montamos looks com elas, mas as saias masculinas ainda são confundidas com sexualidade e evitadas por muitos homens por esse motivo. Antes de começar a ler esse post, esqueça tudo o que você ouve ou já ouviu falar sobre saias masculinas.

O fato é que com a última visita do Marc Jacobs, estilista da Louis Vuitton, pelo Brasil (onde passou por boates, tomou sol na praia e passeou pela orla carioca), em uma dessas ocasiões ele e seu namorado, Harry Louis, foram vistos usando saias (veja as imagens abaixo) e a discussão sobre a peça voltou à tona.

COMO SURGIRAM

Vamos lá: como tudo que é usado hoje tem uma justificativa história e sempre há um porquê atrás de um look, não é novidade para ninguém que a saia masculina é um artigo que não surgiu assim, do nada, como muitos pensam.
É difícil encontrar registros de quando essa peça do vestuário passou a ser reconhecida como saia. Resumidamente, começou a ser usada há 3000 anos pelos sumérios, depois no Egito e no Império Romano. Todos esses povos utilizaram por infinitos fins, menos para segregar gêneros.

Mas a história que mais conhecemos e que mais se aproxima do que entendemos por saia masculina de hoje são a utilização dos Kilts.

Tradicionalmente enroladas pela cintura e depois jogada por sobre o ombro esquerdo, eram confeccionadas com lã Tartã e utilizadas por guerreiros e batedores dos clãs. Além disso, cada clã possuia o seu próprio tartã (padrão), era isso que diferenciavam uns dos outros. É um traje típico das Highlands escocesas. No início do século XVIII uma versão menor passou a ser adotada, que é mais parecido com as que são usadas hoje. Devido a sua origem, muitos povos de raízes celtas também usam Kilts, como os irlandeses, galeses e os córnios. Veja acima fotos que tirei da revista Vogue edição setembro 2011, que fala exatamente sobre isso. E abaixo, imagens atuais. Reparem como cada look tem um toque pessoal sem ser nem um pouco apelativo.

NAS PASSARELAS

Então, fui a busca de desfiles masculinos das últimas semanas de moda que tiveram a presença de saias e, principalmente as kilts, foram apresentadas nas semanas de Copenhague e Valencia para o outono/inverno 2013. Mas a última semana de moda de Paris foi que a saia teve sua grande atenção sendo destaque nos desfiles de marcas como Quasimi, Givanchy, Thom Browne e Comme des Garçons. Todas em tons sóbrios, claro. Já Rick Owens apostou nas longas em preto e branco, que também foram vistas no streetstyle desse circuito. Já no Brasil, João Pimenta foi o único estilista que mostrou suas versões das saias masculinas no SPFW.


NAS RUAS

Se você é um homem de coragem e não tem medo de sofrer bullying na rua (risos), aí vão algumas dicas: muitos dos looks masculinos de streetstyle (com saia) nas semanas de moda foram compostos com leggin ou calça skinny sobrepostas. No geral, todas tem cores sóbrias como preto, branco, marrom e cinza, mas outros se arriscam no estampado, poucos. No caso da Kilt, escolha camisas lisas e coturnos. Aproveitem o inverno e complementem o look com jaqueta de couro e lenços também em cores escuras (o preto não tem erro). Inspire-se abaixo, monte um look e envie pra gente!

E aí, o que você pensa sobre saias para homens?

fevereiro 2, 2021por Dhyogo Oliveira
gravatas, Informações, MPHistória, Street Style

De onde vêm as gravatas?

camisa-gravata

Se existe uma pauta que não falta aqui no MPH, com certeza é sobre gravatas. Está presente desde o estilo geek ao rapaz que ganhou uma promoção na empresa. Está nos ambientes formais, atualmente nos informais também em diferentes tamanhos, cores e formas. E hoje, foi além e já faz parte até do guarda roupa das mulheres.

Continue lendo…

setembro 7, 2020por Dhyogo Oliveira
calçados, Destaque, dica, moda, sapatos, tênis

Um guia sobre tênis, sapatos e sapatênis

Guia

Grande parte dos homens que um dia decide sair da zona de conforto dos sapatos e, finalmente, jogar fora aqueles pares velhos em busca de novos modelos para o dia-a-dia, fica perdido na hora de ir às compras ou por não ter referências, ou por medo de ousar demais e achar que não vai combinar com seu estilo. Além disso, as variações de tênis e sapatos têm crescido consideravelmente, o que deixa muitos de nós inseguros. Se você tem a mesma dúvida ou também usa algum desses argumentos quando alguém te mostra um novo modelo de sapato diferente do que você usa… Esse post foi pensado para você.

É importante entender o porquê de usarmos sapatos diferenciados para cada ocasião ou estilo nos dias atuais. Aquela ideia de que sapatos fazem a cabeça só das mulheres, é ultrapassado. Prova disso é que só o Brasil possui 4 mil empresas do setor calçadista, ocupando o 3º lugar dos países que mais produzem calçados no mundo, abaixo apenas da China e Índia. Claro que os números incluem os calçados femininos também, mas é um fato que o homem possui mais opções de modelos se compararmos há cinco anos, por exemplo, graças à entrada de marcas (logo, variedades) internacionais.

Como chegamos até aqui?

Porque conforto e praticidade funcionam desde a pré história

Há registros do uso de proteção para os pés desde as pinturas rupestres e pesquisadores dizem que há mais de 3.200 anos o couro foi a matéria prima mais usada o que, na época, os ajudavam  a escalar montanhas e se mobilizem com maior conforto e praticidade. Isso significa que nada mudou muito de lá pra cá , uma vez que conforto é (ou deveria ser) o primeiro critério da escolha de um sapato e o couro continua sendo a matéria prima mais usada – seja ele sintético ou natural. Durante os séculos 17 e 18, único período da história em que a moda masculina passou a frente da feminina, era comum o uso de saltos pelos homens da época – era sinônimo de poder, quanto mais alto, mais importância a figura tinha na sociedade, e há registros de que esse conceito vem lá da Grécia Antiga. Com o surgimento da figura do Dândi na sociedade, o homem passou a se vestir mais sóbrio e qualquer extravagância na moda passou a se tornar sinônimo do feminismo, e foi nessa época que os sapatos sóbrios, como o modelos Oxford surgiram e acabou se tornando tradicional na moda masculina.

Então, se conforto e até o próprio material usado é o mesmo há milhares de anos, o que mudou? A sociedade! Não vivemos mais na era pré histórica e, se as convenções sociais e climatológicas nos pedem um determinado estilo de roupa para cada ocasião, com o sapato não poderia ser diferente. Mesmo que você não se importe com seu estilo de sapato, fique certo de o seu entrevistador ou a menina que você vai se encontrar pela primeira vez reparam sim no que você está calçando. Então, fique atento às próximas dicas.

Zona de conforto

Por que o Sapatênis virou o vilão?

Geralmente a cabeça de muitos homens dividem os tipos de sapatos em dois: os que funcionam para o trabalho e o mais casual, para sair nos finais de semana, que basicamente se resume no tênis esportivo (favor incluir os de mola). Quando esse mesmo homem finalmente entende que sim, está na hora de investir num novo modelo diferente desses dois primários, eis que surge um modelo que gera polêmica… o sapatênis.

“Calçado unissex surgido no final do século 20, mistura estilo de sapato de couro com o de tênis esportivo. Pode ou não ter fechamento com cadarço.” SABINO, Marco. Dicionário da moda. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Recente campanha da marca carioca Reserva, que defende o uso do Sapatênis.

O sapatênis surgiu como uma alternativa de unir o tradicionalismo e a seriedade do sapato social com o conforto e a informalidade do tênis, o que é, inegavelmente, uma vantagem para os homens. Geralmente tem a combinação do solado de borracha com o corpo em couro e podem ter cadarços ou não. O sapatênis é oficialmente considerado cafona dentro do universo da moda por, principalmente, ter se tornado o modelo mais comercializado nos anos 00 e, quiçá, até os dias de hoje. Muitas marcas já oferecem modelos com designs diferenciados para acabar de vez com a imagem de ser um sapato cafona e trazer novos consumidores, mas a verdade é que o problema principal do sapatênis é a forma que você usá-lo. Assim como qualquer outra peça dentro do guarda roupa, a forma que você vai usar isso e deixar mais ou menos atraente, é determinante para que algo seja cafona ou não.

O sapatênis recebeu a função de pensar por você: o evento é causal? use sapatênis! Então, logo se tornou a principal escolha dos homens preguiçosos para pensar, não só no calçado, mas em qualquer peça do guarda-roupa. Não é novidade para ninguém que isso mudou e, se você não abre mão desse modelo, veja abaixo boas opções de sapatênis e como podem ser usados de forma correta (nada de combinar com o cinto ou com a camisa social!)

Por onde começar?

Os tipos básicos de sapatos para descomplicar a vida

Listei abaixo alguns modelos que você já pode pensar em investir na próxima compra. Experimente, pelo menos, e veja o quão incrível é a sensação de usar algo que você jamais pensou que fosse usar. Invernos pedem sapatos fechados, cores sóbrias e materiais pesados, e o verão pedem sapatos mais baixos, shapes mais limpos e cores mais leves. Pense que, se você investe num sapato menos básico, significa que na hora de escolher a roupa, o trabalho vai ser menor (afinal, você já está com um sapato bacana, né?).

Do meu Instagram: @semgeracao. Oxford Brogue da Renner.

Oxford / Derby /Monk / Brogue: é tudo a mesma coisa?

São variações do mesmo estilos. O Oxford foi o primeiro sapato com cadarços e ficou popular entre os estudantes da universidade de Oxford (por isso o nome). Hoje existem diversas cores e combinações, e até as mulheres já descobrira o poder que esse sapato tem. O Derby diferencia-se do primeiro por pequenos detalhes, como a aba que leva os furos do cadarço serem costuradas sobre o corpo do mesmo, o que ajuda a adaptar melhor o peito do pé de quem o calça. Dos sociais, esse é o mais informal de todos e ele funciona até com uma boa modelagem de jeans. Já o Brogue, apesar de ser considerado modelo, trata-se dos perfurados decorativos na parte da frente. Existe Oxford Brogue, por exemplo, geralmente feito em camurça (como o da foto acima). Todos eles são sociais e bem aceitos com calças de alfaiataria, ternos e, como dito anteriormente, um bom jeans. Os sapatos que possuem fivelas no lugar dos cadarços são chamados de Monk. Estão cada vez mais em desuso e pode deixar o visual beirando ao cafona dependendo da forma que você usa. Geralmente é usado com ternos e roupas de alfaiataria, e bem aceitos em escritórios.

Saí do escritório: e agora?

A dúvida de muitos paira no modelo que se diferencia dos tradicionais citados acima. O próprio tênis tem uma infinidade de modelos, mas lembre-se que todos são casuais e devem ser usados em ambientes descontraídos. O modelo esportivo, principalmente os que possuem molas, devem ser preferencialmente usados para a prática de esportes. Há designs diferenciados que tiram a estética esportiva e, usado com roupa adequada, conseguem passar nos mais diversos ambientes. Tenha cuidado ao usar determinados modelos com camisa social de mangas compridas e principalmente curtas e, na dúvida, pergunte a opinião de alguém.

O verão

Mocassins, Doksides e Alpargatas são outros modelos de sapatos de verão que se diferenciam por pouco. O mocassim, apesar de ser veranil, é mais discreto e geralmente encontrado em cores sóbrias. Ele tem o solado mais fino, enquanto o Dockside tem o solado grosso, de borracha, e possui cadarços que o envolvem. Não é difícil encontrar Dockside em cores como vermelho, amarelo, laranja e verde e eles são perfeitos com bermudas (sejam as mais curtas ou aquelas abaixo do joelho mesmo). Substituir um tênis esportivo por um dockside faz fazer toda a diferença, experimente! As famigeradas Espadrilles (já falamos sobre elas aqui), também são conhecidas como Alpargatas, apesar de ser um nome licenciado pela empresa brasileira, nada mais é que aquelas sandálias de lona com trançado em juta em torno do solado. Não são aconselháveis para caminhadas longas e possuem as mais diversas estampas ou cores.

 Dicas que todos devemos saber

Na hora de ir às próximas compras, priorize o conforto. O dedo nunca deve encostar na ponta do sapato para não causar desconforto. Além disso, o ideal é que ele não fique apertado, mas caso ele aperte, geralmente o material é adaptável ao formado do seu pé, basta usar algumas vezes. Mas para isso, sempre escolha marcas que façam o uso de materiais duráveis e de qualidade.

O ideal é que, a cada uso, você passe um pano úmido na superfície a fim de tirar os resíduos. Nunca use graxa pois tira o tratamento do couro com o tempo. Existem alguns tipos de condicionadores que hidratam o couro e principalmente a camurça. Prefira os cor branca para não correr o risco de manchar, caso o sapato tenha cores claras ou coloridas. Para outras dicas de conservação, veja esse post.

Em sapatos coloridos, esfregue o dedo no material e veja a solidez da cor. A camurça geralmente libera tinta e pode sujar meias e manchar outras roupas.

Fique atento às dicas e saia do comum!

agosto 23, 2020por Dhyogo Oliveira
dica, moda, referências, reflexão

Um pouco sobre o mercado de trabalho e faculdades de moda

Frequentemente, muitas pessoas que acompanham minhas postagens me perguntam nas redes sociais sobre a faculdade de moda: fazer ou não fazer?! Pois bem, eu entrei na faculdade em 2010 e me formei em 2012. E nunca ninguém se preocupou em abrir meus olhos para a verdadeira situação de um curso de moda x situação do mercado de trabalho atual. Inspirado na notícia que tive o desprazer de ler há tempos sobre a sobrinha da Gisele Bundchen, Duda, que assinou a sua primeira coleção com apenas 5 anos de idade, escrevi esse post para tentar ajudar alguns que ainda têm dúvida sobre o curso.

Existe um largo caminho e uma grande diferença da vida acadêmica e do meio profissional nesta área. Tá certo que o curso de moda no Brasil é bem novo (as primeiras escolas de moda chegaram aqui na década de 1980) e que este pré-conceito da moda na universidade é um assunto difícil até mesmos para os docentes que estão à frente do curso, e tudo isso complica ainda mais a adequação da faculdade à vida real. Antes de escolher qualquer escola de moda, pesquise bem sobre qual foco você quer dar a sua carreira. Deparei-me ao longo do curso com colegas de turma com objetivos muito distintos uns dos outros. Sempre tinha um que queria ser modelista, outro era mais focado na parte de marketing, negócios, outros apenas sabiam desenhar e muitos outros (ou talvez a maioria deles) se matriculavam na faculdade de moda apenas porque eram consumistas. É, minha gente… O fato é que a escola que escolhi para me profissionalizar era um curso de Design de Moda, e na verdade não focava em nada. Então, muitos colegas de turma acabavam desistindo no meio do curso.

O corpo docente tem a grande ilusão de estarem formando estilistas belgas (para quem não sabe, são os mais criativos do mundo) e acham isso apenas por uma questão de egos, mas não dão nenhuma estrutura pra isso. Roupas para bonecas, desenhos aleatórios e grandes gastos são alguns dos trabalhos que são pedidos aos alunos. Certa vez ouvi de uma professora que “nosso curso está no mesmo nível que a faculdade de Antuérpia” e, por meses, eu acreditei. Mas não, nenhuma universidade no Brasil pode ser comparada com nenhuma estrangeira, até porque a moda que é feita lá fora é extremamente conceitual, muito diferente da realidade do nosso país. E esse é o ponto. No geral, os cursos de moda são contos de fadas, que quando você chega ao último capítulo descobre que aquela história de finais felizes só funciona mesmo para ficar guardadas na estante, junto com outros livros velhos. A realidade aqui é outra.

O que os alguns professores deviam passar para seus alunos e o que muitos alunos deviam entender é que a história da moda foi escrita por costureiros, modelistas e, atualmente, maketeiros e compradores. É só olhar para a história e ver que Chanel era costureira, Grès era costureira, Vionnet era costureira e Dior era modelista, só para se ter uma ideia. Então, se a sua intenção é ser realmente ser um estilista de sucesso, comece costurando e modelando, pelo menos, 4 horas por dia. Porque nada adianta você criar uma coleção incrível no papel se mal sabe como aquela roupa vai entrar nas pessoas.

Outro ponto é que, no mercado de moda nacional, estilista é um profissional demodê, ultrapassado e em extinção. Porque vocês acham que Reinaldo Lourenço vai parar em móveis, esmaltes e relógios e Alexandre Herchcovitch acaba nas prateleiras dos mercados estampando copos de requeijão, capas de celulares e descansos de copo?! Porque a moda está democrática? Não, é simplesmente porque o business vem acima de qualquer processo criativo, e antes de você criar qualquer coleção que seja, primeiramente alguém vai te dizer quantos rolos de tecidos foram encalhados da coleção passada, quantos poucos reais você tem para gastar e quais os tecidos chineses 100% poliéster você vai poder usar. (HÁ!) Alguém vai precisar falar com os fornecedores, cobrar prazos, chorar preços, conquistar clientes do atacado… E esse alguém não vai ser o estilista, sabe por quê? Porque não é isso que ensinam na faculdade de Design.

E é exatamente esse o profissional que está em falta no Brasil, o comprador de moda. Além das costureiras e modelistas, é claro. E é nessas horas que eu me lembro das aulas de materiais têxteis e me arrependo de não ter dado a devida atenção para o que o professor ensinava, pois achava tudo muito chato e que nada aquilo tinha a ver comigo, preferindo outras aulas mais criativas e proporcionalmente irreais. E essas coisas todas eu só aprendi quando saí da sala de aula para procurar trabalho. Estão todos (professores e alunos) pouco se importando como está a situação da moda ano Brasil e o mercado de trabalho. Estão preocupados mesmo em ensinar algo que deixem o ego cheio e matricular no curso porque “tá na moda fazer moda”. Resultado? Abandonos recorrentes, profissionais desqualificados, frustrados e ajudando a construir uma imagem cada vez pior do profissional de moda. E os pouco que vão até o fim e se formam, acabam nos balcões das lojas de varejos ou trabalhando como assistente de estilo por R$900.

Os problemas são muitos e estão por toda parte. Eu sou um designer formado que trabalhei por quase 3 anos com pesquisa de tendências têxteis e desenvolvimento de produto, e larguei para me dedicar a outras áreas, mas preocupado com o campo em que atuo, e acho que basta cada um fazer a sua parte para que algo possa tentar ser mudado. A forma que eu tenho é de alertar quem ainda está na dúvida do que cursar.

Bairro do Brás-SP, considerado o maior centro de confecção do país, fatura R$ 12 bilhões por ano.

Mas se você quer trabalhar com moda, e seu negócio é realmente esse (como eu), há diversas formas de se fazer isso sem bater com a porta na cara depois de formado.

Querem ser jornalistas de moda?! Cursem jornalismo, ele vai te dar uma base de escrita muito boa e a moda você estura por fora, e depois pode fazer um pós graduação na área.

Quer ser designer?! Curse desenho industrial, arquitetura, design gráfico, qualquer curso que amplie sua visão sobre o design. A moda é só um deles.

Quer ser modelista?! Existe um curso muito bom em produção de vestuário, entre outros. Além disso, uma dica primordial: trabalhe.

Quer ser figurinista?! Há ótimos cursos e oficinas de idumentária. Entre em companhias de teatro para montar figurinos, escolas de samba (elas dão uma grana surreal) e, sobretudo, estude história.

Quer ser produtor de moda?! Corre atrás e não espere um retorno financeiro imediato. Faça seu nome, faça seus contatos, colecione imagens, se ofereça para ser assistente.

Quer ser consultores de moda?! Façam isso no final da vida, depois de viver todas as experiências possíveis. Para ser consultor de alguém ou de alguma empresa, vocês precisam ter experiências de décadas para isso.

Espero ter esclarecido as dúvidas de alguns e aberto os olhos de outros para a real situação do mercado de moda atual. Eu seria imensamente agradecido -e revoltado- se alguém tivesse me dito isso quando ingressei na faculdade.

julho 22, 2020por Dhyogo Oliveira
comportamento, estilo, moda, Tendências

O fim do movimento hipster

Hipster

O The Guardian anunciou: o movimento hipster está chegando ao fim. A Folha de São Paulo confirmou (através de uma abordagem rasa, irônica e descontextualizada) o que a gente já esperava. A American Apparel (principal porta-voz do estilo) está em crise, além de outras lojas e endereços frequentados pelos famigerados hipsters, fechando suas portas. Uma nova estética está tomando conta das ruas e as passarelas das semanas de moda: o normcore, que está, pouco a pouco, substituindo as camisetas com estampas ousadas, os óculos de armação retrô e os sapatos de brechó por moletons, jeans de recorte reto e tênis esportivo.

Banda paulistana "O Terno", que resgata rock 60's e une à estética retrô.

Banda paulistana “O Terno”, que resgata rock 60’s e une à estética retrô.

Afinal de contas, o movimento hipster está mesmo chegando ao fim? Aliás, hipster é uma movimento ou um estilo? E se está acabando, quais são os motivos que estão levando a sua decadência? Dê uma olhada nesse post, entenda a história e pare falar besteira por aí.

 De onde veio essa história de “hipster”?

Ao contrário do que muita gente pensa, hipster não é um movimento que começou nos anos 2000. Muito antes disso, lá nos anos 1940, já se ouvia falar deles. “Hip” era o apelido dado aos jovens da pós era do Jazz que gostavam de seguir tendências e se vestiam de maneira “peculiar”. O sufixo “ster” foi acrescentado ao termo e, assim, surgiu o hipster. Quem quiser saber mais, vale dar um google em Thelonious Monk & Dizzy Gillespie, dois nomes importantes do Jazz e para o contexto da época.

hipster

O movimento, no entanto, pouco se parece com os barbudos de óculos retrô dos dias atuais. Ao contrário, essa geração de hipsters que se originou nos anos 40 era influenciada pela geração beat, que surgiu do pós Segunda-Guerra (os pais dos hippies). Lembra de On The Road? Jack Kerouac? Pois bem, foi essa galera que influenciou os hippies nos anos 70. Eles prezavam pela liberdade de escolha, aquela filosofia de ‘viver intensamente o hoje” e, assim, foram considerados os primeiros ~alternativos~ que a história já viu.

Essa ‘safra’ de hipsters não alavancou. Pelo contrário, o movimento se perdeu com os anos, tomou outros caminhos e foi ressurgir só mesmo no início dos anos 2000, para dar nome a esse movimento hoje, massificado. No início da década passada, era um grupo de jovens entre 18 e 30 anos de classe média que ficaram conhecidos pelo modo de se vestir, gosto pelo passado e ânsia por novidades. Tinham um gosto forte por moda, cinema, música e artes no geral e eram, sobretudo, lançadores de tendências para essas áreas.

hipsterblitz
O hipster atual se apropriou de todos os outros estilos e movimentos que já existiram na sociedade: o grunge, hip hop, o hippie, o punk. Todos eles foram incorporados e colocados no contexto atual. Eles unem elementos dos mais variados setores da sociedade numa mistura que, por muitas vezes, é ser julgada como falta de identidade e vazia (justamente por se valerem de outras tribos). Por ser a primeira tribo urbana a surgir sob os olhares da mídia publicitára (que logo transformou a filosofia hipster em desejo de consumo), muita gente passou a olhar torto pra essa galera. Mas a história não termina aí. Solta o play e termine o texto!

mgmt15“Get jobs in offices and wake up for the morning commute? / Forget about our mothers and our friends / We’re fated to pretend” Time to Pretend, MGMT

Os hipsters foram abraçados pela geração Y, que usa de seu próprio capital para consumo. São donos dos próprios negócios, sabem fazer de seu gosto, uma profissão, trabalham de casa, são donos de blogs (opa!) e revistas virtuais mas, sobretudo, são experimentadores. Por isso, são lançadores de tendências e famintos por novidades. Não se contentam fácil: gostam de novas bandas, novos artistas, séries que ninguém assistiu e filmes de diretores desconhecidos. Valorizam a estética old school e isso é evidente no estilo: gostam de garimpar peças de roupas em brechós ou que parecem ter saído de outras épocas. E mais: sabem usar da moda para se expressar, pois misturam elementos retrô com peças urbanas e atuais.

Os hipster acreditam que não existe solução para os problemas do mundo e, sobretudo, deles próprios. Isso se traduz numa atitude blasê e indiferente pelos mais variados assuntos da sociedade. É só pegar as letras da cantora Lana Del Rey e fazer uma rápida análise sobre o que se tratam. Time to Pretend (tempo de fungir) do MGMT é outra letra que traduz a maneira que os hipsters pensam sobre a vida, trabalho e amor. É, sobretudo, a primeira tribo que se conecta através da internet e utiliza dela todas as horas do dia. Isso fez com que esse estilo e atitudes se propagassem muito mais rápido, tornando-se uma coisa só, seja em Nova York, Londres ou até mesmo no Brasil.

Tribos urbanas: do underground ao mainstream (quando a contracultura predomina)

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Toda tribo urbana surge de uma necessidade de negar algum estilo, movimento ou filosofia predominante anteriormente. Ela começa marginalizada, às beras da sociedade midiática. Geralmente são vistas com olhos tortos no momento em que começa a influenciar a sociedade e até se tornarem um estilo predominante. Durante os anos 1970, com os punks, foi assim: surgiram marginalmente em Londres, e se vestiam de maneira a chocar a sociedade. Tinham ideais que iam contra a sociedade conservadora da época. A loja Sex, de Vivienne Westwood, por exemplo, se valia de camisetas com estampas que traziam temas polêmicos como o nazismo e o homossexualismo, fazendo muitos pedestres atravessarem a rua para não se chocar com as roupas da vitrine. O punk, assim como todos os outros movimentos, teve como fundo um estilo musical próprio que, quando os empresários descobriram que poderia se tornar vendável, reverteram a história e passarem a produzir as bandas. Resultado: Vivienne Westwood é umas principais estilistas britânicas de todos os tempos e seu marido, Malcolm McLaren, um dos produtores musicais que mais fez história no rock. Assim, o movimento punk entrou em decadência, quando ele começou a cair em gosto popular e foi massificado pela sociedade. O mesmo ciclo aconteceu com as bandas de garagem de Seattle que saíram do underground e estamparam capas de revista e comportamento, confirmando a estética oficial dos anos 90, que ingluenciou a moda, o cinema, a música e o modo de pensar: o Grunge (mas aí é história demais pra contar!).

A parada ficou séria quando a VOGUE Itália resolveu dedicar um editorial inteirinho sobre o movimento (ou, nesse caso, estilo) Grunge, em 1992, com Naomi Campbell e Kristen McMenamy. Mostrando como perfeitamente como uma tribo marginalizada tem o poder de influenciar toda a sociedade (seja na moda ou comportamento).

A parada ficou séria quando a VOGUE Itália resolveu dedicar um editorial inteirinho sobre o movimento (ou, nesse caso, estilo) Grunge, em 1992, com Naomi Campbell e Kristen McMenamy. Mostrando como perfeitamente como uma tribo marginalizada tem o poder de influenciar toda a sociedade (seja na moda ou comportamento).

 

As tribos urbanas não surgem à toa: geralmente são contraculturas que, quando chegam ao mainstream, completam um ciclo, e dão lugar a outras contraculturas (que geralmente vão negar a anterior, e assim por diante). Por isso muitos insistem em dizer que a “moda” hipster está decaindo. Na verdade, ela deixou de ser de um grupo de jovens seleto e passou a influenciar a sociedade no geral. Sejamos sinceros: quem aí não tem uma camiseta podrinha de banda, um objeto de decoração retrô ou tomou gosto por aquela banda que veio no Lollapalooza Brasil, mas que ninguém conhecia? Tem também as inúmeras armações de óculos retrô que todo mundo adotou (até minha mãe!), os filtros vintage do Instagram e tantas outras coisas que, hoje em dia, é usado pelas pessoas sem nem mesmo terem consciência. É isso, mermão! Achou que era só no vizinho? HÁ!

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O fim do ciclo: O que vem depois?

Se a moda hipster se valia de roupas bem pensadas, barbas e bigodes impecáveis, camisas com botões simetricamente abotoados, estampas combinadas, sapatos retrô, chapéus, acessórios, meias coloridas e bolsas carteiro, a ideia é que, para os próximos capítulos, a moda abuse de uma estética muito mais “vida real”, sem a preocupação de estar combinado ou seguindo uma tendência. Eu já falei aqui no blog sobre o normcore e ele é só o começo da brincadeira. Os moletons, tênis esportivo, modelagens amplas e folgadas, além das camisetas confortáveis (esquece as mangas dobradas!) já estão sendo desfilados pelo street style de algumas capitais da moda. A mania é mostrar uma roupa despreocupada que, ironicamente, acaba causando o efeito contrário. Os “propagadores” de tendências têm consciência dessa nova estética que está emergindo e apostam em looks pensados da cabeça aos pé. São os “normcore intencionais”. Mas é claro que, para o grande público, isso vai vir de uma maneira muito natural. Já li muitas matérias que relatam gente que já está abdicando da tecologia all the time e tiram tempos para aproveitar a natureza e a vida offline por dias. É esse tipo de comportamento que promete virar moda noos próximos anos. Sim, vai demorar anos até que isso se propague (e se pegar!). Essa foi uma tendência que apareceu em sites gringos de comportamento que mapeiam a sociedade e suas necessidades.

Via Sem Geração.

julho 11, 2020por Dhyogo Oliveira
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Guilherme Cury (Editor)

Gui Cury

Um taurino oficial. É publicitário por formação mas blogueiro por paixão. Nas horas vagas gosta de viajar e tocar instrumentos musicais. Saiu de Bauru para tentar a sorte na cidade grande (São Paulo). Criou o MPH há 8 anos com o objetivo de trazer as principais novidades do universo da moda masculina para o homem que se importa com o que veste.

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Diogo Rufino Machado (Colaborador)

Diogo Rufino

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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