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A influência do coronavírus na moda

Dominando as manchetes de jornais e os noticiários de TV, o coronavírus é a notícia internacional de grande destaque dos últimos dias. No Brasil, castigado por churras torrenciais, ele perdeu um pouco o seu caráter de relevância. Sim, o sinal vermelho está ligado, mas como ainda não tivemos casos no país. Não há nada muito alarmante por aqui.

Em compensação na China, onde a epidemia de infecção do sistema respiratório surgiu na região de Wuhan, o clima é de pânico. Muitas mortes. Comércios fechados e o ano novo chinês cancelado. É… Não há muito que se comemorar nesse começo de ano.

Isso tem uma enorme consequência na economia mundial, pois estamos falando da segunda maior economia do Mundo, logo atrás dos EUA, segundo o Fundo Monetário Internacional.

Os chineses, receosos com a possibilidade de contaminação, estão consumindo menos internamente, já que estão deixando de sair às ruas. Além disso, muitos locais como bares, restaurantes, cinemas se fecharam até que a situação se normalize. O clima é de pânico mesmo.

Sem contar que a história se repete externamente. Há controle pelas vias terrestres, marítimas e aéreas, ou seja, a economia mundial QUE LUTE. E a moda? A moda, mais em específico a moda de luxo vai pagar caro por esse pequeno micro organismo. Não está nada ok para a moda de luxo não.

É que desde 2018 os grandes conglomerados de luxo como Louis Vuitton, Gucci e todas as demais marcas que compõem a moda de luxo mundial tinham visto seu faturamento aumentar em decorrência da ascensão da China e de sua abertura para o Ocidente.

Os chineses, cheios de dinheiro, foram responsáveis por 90% do aumento do lucro desse segmento do alto luxo desde 2018, por isso não demoraria muito para assistirmos a queda do lucro, ações despencando e um primeiro trimestre em declínio para as vendas de empresas que esperam um 2020 mais próspero, tudo em decorrência dessa epidemia que assolou a China no começo do ano.

Nem só de glamour, glória e luxo vivem as maiores marcas do Mundo. Hoje, elas já contabilizam o prejuízo e o estrago que o coronavírus tem feito na vida delas. O corona não trouxe apenas consequências biológicas, mas também econômicas, sociais e impactou o mundo fashion.

Quanto tempo isso vai durar? Não sabemos. Tudo é questão de controle da doença. Pode ser mais rápido do que imaginemos, minimizando os prejuízos e restabelecendo o consumo e consequentemente as vendas e os lucros desses conglomerados, mas ainda não se tem como delimitar uma data.

Lembrando que aqui estamos tratando de mercado da indústria têxtil, mas já pararam para pensar quantos setores mais foram atingidos e vão sofrer com isso? O quanto nos tornamos interdependes do dragão vermelho? É para se pensar, refletir e questionar. Quem é a China para moda e moda para China? Ou melhor quem é a China para o Mundo ou o Mundo para a China?

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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