Parece que o jogo virou, em 2018 o couro será vegetal!

Desde os primórdios da vida terrena, os ancestrais do homem atual utilizaram-se dos animais e seus derivados para se manterem vivos. Graças à exploração dos recursos naturais e animais do planeta, a espécie humana conseguiu alcançar a “evolução” atual. O couro, um dos mais importantes materiais já descobertos na história, vestiu, calçou, protegeu e abrigou.

Anos, séculos e milênios. Pouca coisa mudou desde então ou pelo menos era o que parecia então. A Modern Meadow, uma empresa estaduniense, anunciou recentemente que há anos vinha pesquisando uma forma de inovar a produção de couro. E parece que o jogo virou. Em 2018, será lançado o primeiro couro biológico, o ZOA.

Falando assim fica difícil de compreender. O que seria então um couro biológico?

Graças a Deus não é tecido sintético viu gente. Apesar deles terem mil e uma utilidades, os tecidos sintéticos não são tão ecologicamente viáveis por questões de decomposição e fabricação. Ops, fui longe agora… Voltando ao assunto, o couro biológico é um material feito a partir de fibras vegetais.

Primeiro ponto de partida: nada de vaquinhas sendo sacrificadas mais para esse fim. O couro vem direto de plantações cultivadas dentro das próprias indústrias.

Como assim gente? Plantas permitindo a produção de couro? Sim, são plantas geneticamente modificadas cujas fibras permitem uma elasticidade, durabilidade e resistência semelhante a do couro a partir da produção de uma proteína semelhante a do colágeno bovino. Robôs peneiram as fibras pegando só as melhores de colágeno.

As vantagens são múltiplas. Não possuem arranhões, cicatrizes, manchas ou formatos irregulares.

Assim é descrito pela Modern Meadow o novo material desenvolvido pela empresa:

“Capaz de ser qualquer densidade. Criar qualquer forma. Assumir qualquer textura. Combinar com qualquer outro material. Ser de qualquer tamanho. Um líquido. Um sólido. Uma anomalia. Crescido com a intenção de fazer coisas de valor real, que existem não apenas para servir os seres humanos, mas para coexistir com tudo”.

Em 5 anos o ZOA deve estar amplamente difundido no mercado e novas formas de consumo mais consciente serão implantadas com ele, pois a produção de couro envolve diversas etapas totalmente questionáveis do ponto de vista de ecológico, desde a criação bovina até o processo de curtimento, tingimento e acabamento são produzidas elevadas taxas de CO2, o consumo de água é elevadíssimo, há muito gasto de energia, sem contar a poluição causada por lavagens, corantes e produtos químicos.

Com certeza, se o ZOA apresentar a mesma qualidade do couro tradicional – e também um preço compatível – ele pode vir para ficar e, enfim, revolucionar a indústria.

É a tecnologia a serviço da natureza. É a “fashion revolution”.

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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