Não se iluda esse texto é mais uma cópia, ou melhor, uma paráfrase do texto feito por Luigi Torre para Elle Brasil, denominado Ctrl C + Crtl V + Crtl C + Crtl V.
Brincadeiras à parte. Começar um texto com um título desse é muitas vezes botar o próprio pescoço na guilhotina. Uns de imediato vão concordar. E outros vão me massacrar.
Afinal, não é apenas na moda que nada se cria, tudo se copia. É na vida. Eu tinha um professor de química que já dizia isso. Mas vamos melhorar essa frase, E vamos dizer que na moda quase nada se cria e quase tudo se copia, para não soar grotesco aos nossos ouvidos.
Um bate-papo, durante uma viagem, com alguns jornalistas. Polêmicas envolvendo plágio no Twitter (supostos criadores indignados). E o texto do Luigi fizeram-me trazer essa provocação aqui a vocês.
Para a moda não há limites. Já se viu de tudo na passarela e ainda continuaremos a ver. Mas até que ponto existiria cópias dentro da moda? Pois, quantos Saint Laurents ou Coco Chanels existiriam nos dias de hoje?
Todo mundo e em toda parte do globo pode estar bebendo da mesma fonte. Diga-se de passagem, não há fontes exclusivas, isoladas e privilegiadas. A internet diminuiu a relação de tempo e espaço, e, todos literalmente têm acesso às mesmas informações.
Logo, para criação de uma peça, coleção ou desfile de qual fonte bebeu aquela marca, estilista ou grife? Por que não uma mesma fonte de um local nada contiguo ao seu? Ou por pessoas que sequer tenham mantido contato entre si? Ou até mesmo por vizinhos e concorrentes?
A linha tênue entre o plágio, a cópia e a reprodução, segundo as patentes, é da de quem chega primeiro. Registrou primeiro, é seu. Não importando se você copiou. Fez depois. Ou xerocou a ideia pronta de alguém.
Mesmo porque hoje em dia como já dito tá realmente impossível de saber quem teve a ideia primeiro. Como provar tudo isso? Fato certeiro e incontroverso é que grandes gênios não nascem mais em meio a era da internet. Os robôs, as máquinas e a inteligência artificial superaram o ser humano. Logo, todo mundo tira inspiração de algum lugar. Ninguém inventou nada. Nenhum estilista tira ideias do além. Nenhum criativo tem sido brilhante o suficiente para ser único e exclusivo.
A última edição da Semanas de Moda surpreendeu. Coperni pintou e bordou um vestido na passarela. Anrealage focou nos tecidos fotossensíveis. Coperni literalmente rasgou a fantasia quando um robô tirou o vestido da modelo na passarela. E assim foi. Paris dando seu show à parte. Mas até aí nada de novo. Os estilistas arrancaram suspiros por meio do auxílio da tecnologia. Tecnologia não inventada por eles. Já testada e já usada outras vezes.
A pressão é grande. A necessidade de impressionar idem. A de vendas, nem se fale. Os estilistas pressionados recorrem ao que podem. Mas muitos podem ter lido o mesmo livro, assistido ao mesmo filme, recorrido ao mesmo fornecedor de tecidos etc. E daí se sair algo parecido? Quem copiou quem?
Coincidência, plágio ou busca da mesma inspiração. Complicado opinar sem análise do caso concreto. O que se sabe que na moda tá difícil sair algo inédito e verdadeiro, pois tudo remonta ao passado ou a algo do futuro.
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