O fast food da moda e a fome do consumidor brasileiro

Confira todos os detalhes da inauguração da Forever 21, a mais nova queridinha dos brasileiros.

A última semana começou com burburinhos nos sites de moda, blogs e redes sociais: depois de tanta especulação, finalmente a Forever 21 desembarcou no Brasil a preços realmente baixos. Estivemos no soft opening que aconteceu dois dias antes da inauguração oficial da loja no Morumbi Shopping e pudemos ver de perto as calças jeans de R$34, as regatas de R$8,90, os vestidos de R$40 e os acessórios com preços realmente compatíveis com os dos chineses da rua 25 de março. A peça mais cara da loja chegava a R$150.

Todo mundo já sabe que a qualidade das peças não é lá essas coisas – e nem é esse o seu objetivo; as peças encolhem e têm pouca durabilidade. But who cares? A proposta da marca é encher o público com novidades e informações de moda que duram no máximo seis meses. A estratégia da Forever 21 sempre foi o comprometimento com as novidades e tendências a preços baixíssimos. Não à toa, as lojas estrategicamente localizadas nos pontos comerciais mais fortes do mundo são gigantescas, bagunçadas e algumas até abertas 24h (como no caso da loja na Times Square, Nova York) como se fosse o Mc Donald’s de moda.

Uma estratégia que deu certo

Estive presente na pré-abertura – que de pré não tinha nada. A movimentação na porta da loja mais parecia a entrada de uma boate: blogueiros produzidos, clientes Vips e alguns outros convidados que eram separados por filas que duravam alguns minutos. No interior, garçons servindo bebidas e petiscos e uma DJ tocando os principais hits deixava tudo ainda com mais cara de balada. Apesar disso, nada tirou o foco do protagonista da noite: o preço. Os convidados eram divididos em dois: o grupos de consumidoras que acumulavam peças nas sacolas sem nem mesmo experimentar e a imprensa, que fotografava vitrines, manequins, personalidades e, principalmente, as etiquetas. A loja, que ainda não tem a linha masculina, mas promete chegar em breve, é muito bem projetada para todo tipo de estilo e pensada para motivar o consumismo. Frases como “Me leve para casa”, “Pare de pensar e comece a comprar” e “você está linda hoje” são espalhadas nos dois andares de quase 1170 m² de loja. Eles, realmente, sabem o que estão fazendo.

Além do soft opening, outros eventos (e números) também marcaram a abertura da fash fashion na cidade São Paulo. Durante toda a semana, um caminhão-vitrine transitou nas principais avenidas da cidade anunciando sua abertura e, na sexta 14, um flash mob tomou conta da avenida paulista com 30 bailarinos dançando ao som de “Feel so close”. No sábado 15, dia da inauguração para o público em geral, as filas estavam tão grandes antes mesmo de abrir, que o shopping, por meio de suas redes sociais anunciou a média de espera de 5 horas só para entrar. Nas redes sociais, acompanhamos as pessoas felizes por estarem naquela fila com a pulseira distribuída pela equipe que fazia a contabilidade de clientes. O motivo, além da curiosidade e da fome que o consumidor brasileiro têm de gastar dinheiro, foi o anúncio de um presente para os 500 primeiros clientes que, segundo a assessoria, passaram dos 2 mil (só na fila de espera). A loja anunciou que no dia seguinte, domingo, abriria também às 10h.

Do Instagram: @semgeracao

Os preços estão abaixo do que esperávamos de uma marca internacional, embora saibamos que a Forever 21 é mesmo loja de roupa barata. Apesar do brasileiro tratar a loja como grife conceituada (no Rio de Janeiro, ela fica no shopping Village Mall, que também reune Prada, Burberry e Monblanc), sabemos que lá fora a fast fashion é conhecida por suas lojas de ruas e por reunir peças de péssima qualidade. Com a entrada da gigante da moda, que ainda promete abrir mais 5 lojas até o fim do ano em diferentes estados brasileiros, esperamos que as outras fast fashions abram o olho para seus preços cada vez maiores. Numa de suas últimas parcerias, a holandesa C&A colocou à venda um vestido por exatos R$799. Além de sair da realidade do público da marca, foge completamente da proposta de um fast fashion. Esperamos que as concorrentes reavaliem suas estratégias de lançamentos. Quem sai ganhando somos nós, consumidores cada vez mais famintos.

* A Forever 21 carioca será inaugurada no próximo sábado, dia 22, no shopping Village Mall. Estamos ansiosos para saber o que a marca irá trazer para o público masculino!

Blogueiro e designer de moda. Também escreve no Sem Geração.
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18 comentários em “O fast food da moda e a fome do consumidor brasileiro

  1. Gostei da novidade, mas o que me chamou a atenção foi o seu comentário:
    “a holandesa C&A colocou à venda um vestido por exatos R$799. Além de sair da realidade do público da marca, foge completamente da proposta de um fast fashion. Esperamos que as concorrentes reavaliem suas estratégias de lançamentos.”

    O blog poderia fazer um post sobre produtos fora da realidade de seus clientes e lojas, ou até se essa realidade existe, Preço limite nas lojas de departamento.

    alguém conhece que comprou esse vestido da C&A?

    1. Diego, minha irmã comprou um desses vestidos!
      Acho que existe um pequeno “erro” no tom dessa frase Guilherme, a C&A é uma loja de fast fashion, mas ela tem feito parcerias que fogem dessa ideia e isso é na realidade muito legal, esses vestidos de 799 custam em suas lojas reais 2mil, 3mil reais.. a questão é a parceria da C&A com estilistas de marcas legais, e geralmente na abertura dessas coleções tem fila na porta das lojas e gente rolando por baixo da porta quando ela começa a levantar (minha irmã presenciou isso! rs)
      Mas enfim, não é uma coleção C&A, é uma parceria assinada, além da coleção normal das sub-marcas dentro da loja.

    2. Oi Diego,

      O que para você pode ser fora de realidade, para outras pessoas não são, normalmente essa peças que tem um preço elevado são de coleções especiais de estilistas não muito acessíveis ao público da própria C&A e eles fazem uma coleção capsula (com poucas peças e valor elevado).

      Consumo é assim, cada um sabe o quanto pode pagar por aquilo que quer…

  2. Aliás, nesse fim de semana fui visitar a ZARA, TOPMAN e afins. O que aconteceu com os preços dessas marcas? As camisetas mais baratas que encontrei na ZARA e TopMan foram de no mínimo R$89… Blazer por R$590, Calça de Sarja no mínimo R$149, etc.
    Tomara que o mercado mude com a chegada da Forever21… Ou melhor, que ela não se surpreenda com o desespero do brasileiro consumista e queira lucrar ainda mais.

    1. Acho que não, a pegada deles é justamente o contrário e espero que sirva como um tapa na cara da Zara e da Topman, pq eles realmente são beeem sem noção!

  3. O consumidor brasileiro nao sabe comprar direito, e parece que ta bom, ta bom pagar mais caro por que a marca é estrangeira, ta bom se nao vai durar muito, ta bom se isso ou aquilo, nao querendo ser uma critica generalizada mas o povo brasileiro nao sabe comprar e nem parece saber os seus direitos, os preços de roupas aqui as vezes sao muito absurdos, para quem gosta de investir em uma peça que vai durar tem que pagar mais caro(e as vezes o mesmo preço do que ta em lojas “baratas” renner e cia), e isso é ruim, por que a pessoa fica cheia de peças de qualidade duvidosa, eu sempre me pergunto onde vale mais a pena comprar, por que parece que só em promoção é que da pra comprar por um preço decente.

    1. Que o consumidor brasileiro não sabe comprar, isso não é nenhuma novidade… Agora quem tem dinheiro pra viajar pra europa a cada semestre e comprar roupas mais baratas fora … ninguém …

      Como todos sabemos, o maior problema da moda e de produtos de consumo no Brasil são os impostos, que cada vez mais são maiores e fora do normal…

  4. C&A era uma loja com preços baixos e com um público mais popular, apesar que demorou para chegar na minha cidade e os consumidores pensavam que era loja de grife; já comprei muita coisa barata lá, hoje o preço tá mais salgado. Riachuelo sempre teve um preço intermediário e uma qualidade melhor nas roupas, Renner é a o loja de departamento que parece mais com um boutique de luxo, preços altos e roupas com bom acabamento. Na Renner vc encontra muita coisa diferente, para que gosta de uma estilo mais moderno.

  5. A Zara está com preços fora da realidade e com baixa qualidade faz tempo. Na Europa se compra na Zara calças sociais por no máximo 30 euros. E camisas também é essa média , talvez um pouco mais baixo. Aqui é loja de luxo, desvirtuando totalmente o objetivo de lojas deste tipo. Ainda pra piorar comprávamos muitas peças importadas na loja e portanto com qualidade e tecidos bons. Hoje se encontra 90% das peças nacionais e de qualidade inferior. A TopMan na minha opinião começou errado no Brasil, com poucas peças, modelagem fora do padrão nacional e se instalou em SP num shopping classe AAA, ao lado de grifes de renome e joalherias famosas. Isto descaracteriza totalmente a loja e seu objetivo.Quanto a Forever acho que erraram em não ter moda masculina na loja de SP. Não é mesmo o forte deles nos EUA, mas acho imperdoável inaugurar a primeira loja aqui sem peças masculinas na cidade do SPFashionWeek!!!Estão doidos né? Agora esses lançamentos de coleções especiais na C&A devem obviamente seguir os padrões de preço da loja, senão não faz sentido.Só no Brasil se encontra essas distorções, um pais que está começando a consumir de fato e aprendendo o valor das coisas . Isso demanda tempo. Por enquanto qualquer nome vai fazer as pessoas comprarem desenfreadamente até aprenderem a consumir.

  6. C&A???? Só se for para comprar um ou outro acessório. Os preços são absurdos e a qualidade é um lixo, calças e camisetas encolhem (e muito) e comprar roupa de inverno é uma roubada: as malhas e os tricôs começam a se desmanchar em um mês. Ou menos.

    Zara anda fora da casinha com os preços mesmo. Tomara que a F21 chegue logo a POA e dê um tapa na cara e noutros locais destas redes.

    A Riachuelo tem preços entre baratíssimos a intermediários, mas a qualidade é muito melhor. Inclusive para outras coisas: comprei no ano passado um edredon de casal, de verão, por R$ 29,00. Dá para lavar na máquina de casa e continua perfeito. É é muito macio.

    A melhor qualidade, sem dúvida, é a da Renner, que além das marcas próprias vende tb outras marcas conhecidas. Algumas peças de inverno que comprei na Renner estão fazendo aniversário no meu armário. Peças duráveis e muito bem feitas.

    Mas a rede gaúcha tb está fora da casinha (às vezes, muito) em relação aos preços. Já vi casacos a R$ 799 (mas não lembro de ter visto nada nesta faixa de preço na C&A, mas não tenho entrado muito nesta última). Se a F21 vir a Porto Alegre, a Renner certamente irá perder seu trono por terras gaúchas.

  7. Gostaria de fazer uma pergunta.
    Onde são fabricados os produtos vendidos pela Forever 21?
    No Brasil?
    Trabalho na industria têxtil e conheço varias marcas que não conseguem praticar estes mesmos preços que a Forever 21 esta ofertando pelo simples fato que produzir no Brasil custa caro!

  8. Dhyogo

    Achei bem ambíguo esse texto, no começo você meteu o pau e no final você defendeu, afinal qual sua opinião sobre a Forever já que fez um texto todo cheio de “frases” de efeito?

    😉 responde aí…

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