MPH Viagem: O Melhor de Buenos Aires

Já fiz um post por aqui sobre o assunto, mas como voltei recentemente para Buenos Aires com a família, e com mais tempo, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais do que fazer, o que não fazer e onde comprar coisas bacanas.

Se você planeja ir para lá, ficam as dicas:

Não espere grandes descontos.

Sim, todos sabemos que o real está supervalorizado por lá (R$1,00 vale cerca de $2,30 pesos argentinos), mas a inflação da Argentina está descontrolada. Isso é, você vai acabar economizando um pouco em relação ao Brasil, mas nada que compense uma viagem. O melhor de Buenos Aires é conhecer os pontos turísticos, fazer deliciosas refeições e, simplesmente, passear por essa cidade encantadora.

O que não fazer (ou fazer e saber que vai se decepcionar):

Acho melhor começar pelo que “não fazer” pois são poucas coisas que não devem ser feitas, ou melhor, devem ser evitadas em sua viagem para Buenos Aires.

SIGA LA VACA

Acredite em mim e em 99% dos argentinos, não Siga La Vaca. O restaurante teve uma grande fama por estar em Puerto Madero, servir deliciosas carnes e ter um Buffet completo. Lá você paga um valor fixo e come a vontade, além de escolher entre 1 jarra de vinho ou cerveja ou refrigerante ou suco… Quer dizer: 1 jarra de um vinho ruim ou de uma cerveja aguada ou refrigerante sem gás ou suco em pó. Além disso, um grande problema é que o valor já pode ser considerado alto (atualmente custa cerca de R$60 por pessoa) e é tudo muito simplório. As carnes são como as de muitos restaurantes, você vai ter que esperar uma grande fila de turistas para poder pegar uma mesa, nunca encontrará as melhores carnes à disposição (tem que pedir para o churrasqueiro colocar pra fazer e voltar depois para buscar) e muito mais. Não compensa. Na sequência, em “O que fazer”, conto uma opção bacana de restaurante da mesma categoria, o Brasas Argentinas.

SEÑOR TANGO

Entra na lista do que “não fazer” por ser um tango totalmente comercial e muy caro. O Señor Tango é um espetáculo muito bacana, as músicas são lindas, eles entram com cavalos no espetáculo, voam e sai até fumaça. O problema é que sempre tentam te vender o JANTAR + SHOW VIP e é isso que faz entrar para a lista do “não fazer”. Confesso que vale a pena assistir o show, você pode comprar o ingresso por cerca de R$90,00 e não se arrependerá. Mas esse JANTAR + SHOW VIP sai por cerca de R$400 e definitivamente não compensa. Um jantar totalmente comercial -sem graça- e dão 1 vinho (jovem) por casal e água a vontade (vai ser útil para engolir o preço pago por um jantar tão simples).

GALERÍAS PACÍFICO

Só compensa se você tiver um dia livre (sem ter o que fazer) e quer ver uma arquitetura bonita de um shopping center. Aliás, se você já conhece os Iguatemi’s de São Paulo já está OK. O Galerías Pacífico fica na Calle Florida e é um shopping que não compensa para fazer compras, tudo é muito caro e o lugar é pequeno no fim das contas.

OUTLETS + FÁBRICAS DE COURO

Os famosos Outlets de Buenos Aires, localizados na região de Palermo, mais precisamente na Av. Córdoba, não trazem valores tão diferentes dos nossos. Como falei no começo do texto, compensa um pouco pela nossa moeda valorizada, mas não é nada que realmente faça a diferença e mereça uma tarde inteira de visita. A única loja que vimos uma “vantagem” é a Lacoste (meus irmãos fizeram a festa). Lá você consegue encontrar peças que, em Real (R$), vão custar metade do que pagamos no Brasil. Para os fãs da marca, é a única loja que realmente compensou a visita.

As fábricas de couro são conhecidas por todos que vão para Buenos Aires. Os taxistas ficam oferecendo as visitas às fábricas sem cobrar nada. Com certeza eles devem ganhar um dinheirinho pra ficar levando os turistas para lá, por isso não cobram pra levar e nem te trazer de volta para o hotel. Mas no fim das contas não vale a pena também. Você vai pagar de R$350 – R$700 numa jaqueta de couro e não vai encontrar nenhum modelo moderno. Recomendo mais as jaquetas de couro sintético compradas aqui no Brasil mesmo.

O que fazer:

Nós ficamos bem no centro de Buenos Aires, mais precisamente na Av. Corrientes perto do Obelisco. Esse foi um trunfo para a viagem, pois conseguimos ir para diversos pontos de taxi, de metrô (Subte) e até a pé.

Confira alguns pontos turísticos e locais que valem a pena visitar:

CASA ROSADA

Vale a pena conhecer pela sua história. A Casa Rosada é um dos cartões-postais de Buenos Aires e hoje é a sede do governo federal do país. Ela foi construída em 1565, sendo chamada de Real Fortaleza de San Juan Baltasar da Áustria. É um local para uma visita rápida, tirar fotos e pronto.

CAMINITO

Localizado no bairro de La Boca, região que foi a porta de entrada de muitos imigrantes europeus, foi o local que abrigou os primeiros cortiços para atender a demanda de novos moradores. As casinhas eram feitas de zinco e madeira pintadas com resto de tinta dos barcos, que sucedeu em uma diversidade incrível de cores. O El Caminito é uma rua que guarda um pouco da história de Buenos Aires, que foi revitalizada e modificada para atender objetivos turísticos. Muitas pessoas chamam de “museu a céu aberto” porque é povoado por inúmeros artistas, dançarinos de tango e restaurantes.

Vale a pena visitar em uma tarde de sábado ou domingo, comer umas empanadas, tomar uma Quilmes gelada e comprar os famosos alfajores Havanna por um preço bem em conta. É importante ressaltar que essa é uma região considerada “Peligrosa”, isso é, vá de taxi e não dê cara de turista nas proximidades do centrinho.

MUSEO DE LA PASIÓN BOQUENSE + LA BOMBONERA

Os amantes de futebol vão curtir a visita ao estádio La Bombonera do Club Atlético Boca Juniors. Lá, além de conhecer o Museo de La Pasión Boquense (um museu muito bacana e totalmente tecnológico), você pode visitar o vestiário e até pisar na grama. Destaque para o barzinho com uma Quilmes ultra-gelada.

Um detalhe é que o estádio fica no bairro de La Boca, isso é, as mulheres ou os homens desinteressados podem ir direto para o Caminito (pertinho) enquanto os rapazes apaixonados por futebol fazem a visita (que dura de 30 – 60 minutos). Depois todo mundo se encontra no Caminito. Foi o que fizemos! 😉

CAFÉ TORTONI

Inaugurado em 1858, é o bar/café mais antigo da cidade. Seu primeiro dono foi um imigrante francês, que importou o nome Tortoni de um endereço da moda no Boulevard des Italiens, em Paris. A partir do começo do século 20, tornou-se ponto de encontro de políticos e artistas, como Jorge Luis Borges, Federico García Lorca, Julio Cortázar e Carlos Gardel.

Você pode optar por 2 tipos de visitas, a visita comum (para fazer uma refeição na área comum) ou a visita + tango (paga-se um valor pela apresentação de tango e fica em uma sala especial). O valor de tudo é um pouco alto, mas vale a pena pela qualidade, a quantidade e, principalmente, pelo local. Obrigatório experimentar: porção de mini churros com doce de leite. <3

FEIRA DE SAN TELMO

A feira de San Telmo, aos domingos, é tradicionalíssima para comprar lembranças e acessórios. Tem de tudo um pouco, de móveis e antiguidades à peças de roupa. Comprei uma blusa de lã em uma barraca de roupas étnicas por R$35,00:

PUERTO MADERO

Um dos meus lugares preferidos de Buenos Aires. É o bairro que estão os melhores restaurantes e com um ambiente mais do que agradável, com vista aos diques do Rio de la Plata.Estivemos por lá de dia e a noite e ainda não sei qual é o melhor horário para se impressionar com o local. rs

As dicas a seguir são de lugares em Puerto Madero que valem a visita:

MADERO TANGO

O Madero Tango é uma ótima opção para um belo show de Tango com um jantar que compensa. A opção do Jantar+Show+Aula de Tango custa por volta de R$200,00 e inclui até traslado de ida-volta do hotel. A apresentação é linda, o jantar é muito bom (com direito a vinho e champagne) e a visão do Puerto Madero ao fundo dá uma sensação indescritível. E no fim você ainda tem a oportunidade de dançar (aprender a dançar) com uma belíssima dançarina de tango.

BRASAS ARGENTINAS

Lembra que falei do fiasco do “Siga La Vaca”? O Brasas Argentinas, também em Puerto Madero, foi a salvação. A dica foi dada por um taxista -brother- que quando falamos que conhecemos o Siga La Vaca, quase nos matou. E ainda nos falou em tom bravo: “Siga La Vaca é o pior restaurante da Argentina. Acredite em mim, um bom restaurante – da mesma categoria – é o Brasas Argentinas… anotem esse nome: BRASAS ARGENTINAS. Muito mais barato e mil vezes melhor.”

Dito e feito. O jantar no Brasas Argentinas custa quase metade do preço do SLV e é bem melhor. Tem até comida japonesa, FEITA NA HORA, no buffet. E lá compensa pegar o vinho ou a cerveja que estão incluídos no buffet, ambos são de boa qualidade. Detalhe bacana: nós comemoramos um aniversário lá (mulher do meu primo) e eles, além de mandarem um bolinho com velas, não cobraram o jantar dela.

RECOLETA

A Recoleta é um bairro nobre de Buenos Aires que vale a pena tirar um dia para fazer uma visita completa. Lá você pode:

• Visitar o Cemitério da Recoleta, onde estão sepultadas diversas personalidades argentinas. Dica do mestre: como o cemitério é grande, vão tentar vender mapas ou até a visita guiada. Não caia nessa, vai andando por você mesmo e siga de longe os grupos guiados, você vai chegar em todos os túmulos famosos.

• Rezar na Igreja Nossa Senhora del Pilar (muito bonita por sinal).

• Conhecer o Museu Nacional de Belas Artes com o maior acervo do país e um dos mais importantes da América Latina. A coleção permanente abriga obras de artistas argentinos, além de obras de mestres como Picasso, Goya, Renoir, El Greco, Rodin, Degas, Cézanne.

• Ver e tirar fotos na Floralis Generica, que é uma escultura metálica situada na Plaza de las Naciones Unidas. Uma das características da flor/escultura é um sistema elétrico que abre automaticamente e fecha as pétalas, dependendo da hora do dia. Durante a noite a flor fecha e emana de seu interior um brilho vermelho e abre-se pela manhã.

• Tomar um sorvete no Freddo (existem várias unidades da sorveteria por lá). O de doce de leite é o meu preferido. 😉
• Fazer um happy hour no Hard Rock Cafe (dentro do Buenos Aires Design). \m/

BOND STREET

Bond Street é o melhor lugar para encontrar roupas para um estilo mais alternativo, rock, punk, etc. Fica na Av. Santa Fé, 1670. Foi o lugar em que eu, particularmente, pude comprar mais coisas. Parece muito com a Galeria do Rock de São Paulo, porém com outros tipos de roupas e acessórios. Lá encontrei calças skinny por R$50,00, gravatas finas por R$10,00, cintos por R$15,00, camisetas descoladas por R$20,00, inclusive o acessório mais difícil de encontrar por aqui: suspensórios de todos os tipos por R$12,00 e também tênis do tipo sneaker de vários modelos por preços de R$100 a R$200.

LEMBRE-SE DO TAX FREE

Algumas lojas argentinas oferecem Tax Free, que é uma nota de devolução do valor dos impostos locais que você -por ser de outro país- não vai utilizar em serviços públicos. Lembre-se de pedir sempre que ver o adesivo na frente de uma loja. Guarde-as bem. Antes de embarcar, no aeroporto, você poderá trocar suas notas por pesos argentinos, desde que mostre suas mercadorias no lugar específico (guichê de tax free). Vale a pena, pois dá uma porcentagem de até 16% das suas compras. Só não esqueça de não despachar a bagagem antes de ir trocar o Tax Free, pois eles não fazem a devolução do dinheiro sem ver o que foi comprado.

Transporte

Os ônibus rodam 24h, são identificados por números e cada um tem as suas paradas. Ou seja, se você quer o 29 (até Caminito), procure o ponto que esteja com este número marcado. O metrô (Subte) também vai a muitos lugares, porém pára de funcionar às 22h. No verão, só use aos finais de semana, pois não tem ar condicionado e é bem quente! Para facilitar a sua vida, compre uma SUBE em qualquer agência dos correios. Funciona como o Bilhete Único de São Paulo e fica mais barato andar de ônibus.

Por último, só pegue rádio-taxi. Eles têm uma plaquinha em cima identificando de que companhia fazem parte e a chance de te darem uma volta maior ou troco falso é bem menor.

Se quiser outras dicas, confira o blog Ali Em Buenos Aires, feito por um blogueiro brasileiro que mora lá há mais de um ano.

Divirta-se hermano!

Essas foram algumas dicas que eu pude experimentar. Mas existem mais passeios e lugares que valem a pena visitar, é só pesquisar um pouquinho na internet. Mas lembre-se que lá nós somos “hermanos”, isso é, não precisamos ser tão TURISTAS. Faça os passeios e conheça os lugares que os argentinos gostam, daí, com certeza, você não se arrependerá de conhecer Buenos Aires.

¡Hasta luego!

Guilherme Cury

36 anos, taurino, blogueiro e músico nas horas vagas. Criou o MPH há 10 anos com o objetivo de trazer as principais novidades do universo da moda masculina para o homem que se importa com o que veste.

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