Garotos de Programa: Parte 3, entrevista com Megatron e Princesa Leia

Você já saiu ou conhece alguém que já tenha saído com um garoto de programa? Antes de escrever estes textos (parte 1 e parte 2), eu nunca havia conhecido ninguém que o tivesse feito. Mas depois de sair por aí perguntando, descobri que qualquer pessoa já pode ter tido uma experiência sexual como esta, seja rica, pobre, bonita, feia, religiosa, atéia, jovem, velha, homens héteros, gays ou mulheres.

Mas como um homem hétero (aquele realmente hétero e não os casados ou machões homofóbicos que fingem ser) pode sair com um garoto de programa? Contratando algum apenas para assísti-lo transar com a sua própria esposa ou namorada, afinal, existe todo tipo de fetiche. Para quem curte julgar, fique a vontade para escrever comentários dizendo o quanto isso é imoral, errado, mentira, coisa de corno e tudo mais ZzzzzZZZzzZzzz…. Pronto, vamos continuar!

Eu nunca saí com um garoto ou garota de programa, mas pelo simples fato de não sentir tesão por isso (olha eu aqui falando de novo sobre a minha vida pessoal), mas confesso que, entre devaneios, já pensei em me tornar um GP da mesma forma que também já quis ser astronauta, veja só que clichê! Os pontos “positivos” da primeira profissão: ganhar dinheiro transando com muitas pessoas, ter uma vida selvagem, maluca e que remeta as orgias dionisíacas. Os pontos positivos da segunda profissão: pisar na lua, viajar no espaço e conhecer novos planetas desbravando o universo na minha nave espacial. Mas é claro que nenhuma das duas profissões é assim tão fantasiosa, a realidade é bem diferente, como bem sabemos (ou imaginamos).

Fica aqui o meu gradecimento as duas pessoas que toparam me contar um pouco sobre as suas experiências com garotos de pograma. O primeiro é homem, gay, tem 33 anos e bem sucedido no meio da comunicação. Vamos chamá-lo de Megatron, afinal, a parte divertida em escolher nomes fictícios é fugir do óbvio.

– VOCÊ É INTERESSANTE E CONHECE PESSOAS QUE TAMBÉM APRESENTAM ESTE PERFIL. ISSO JÁ QUEBRA O PRÉ-CONCEITO QUE SÓ PAGA POR SEXO QUEM NÃO O CONSEGUE DE OUTRAS FORMAS. FALE UM POUCO SOBRE O PORQUE VOCÊ JÁ SAIU COM GAROTOS DE PROGRAMA.

MEGATRON: Todas as vezes em que eu sai com um GP eu já estava muito bêbado, tinha acabado de sair de alguma festa ou balada e nunca foi algo premeditado, do tipo “Ah, hoje vou transar com uma garoto de programa”. Simplesmente acontecia, chegava uma hora qualquer em que eu estava com muito tesão, sem paciência ou tempo de conquistar alguém, eu só queria gozar e pronto. Nunca entrei num site ou fui atrás de anúncios, sempre acabei pegando algum na rua mesmo.

As vezes o fato de ser alguém estranho ou desconhecido até excita, alguém que você não precise conversar ou ter uma relação depois, sem nenhum constrangimento de encontrá-lo no dia seguinte e ter que falar um “oi”. Também rola um pouco o fator do perigo, da aventura de colocar algum desconhecido dentro no seu carro… porque você escolhe como num mercado, é um produto que você ainda não sabe como vai funcionar. Eu até já brinquei com um e disse, “Nossa, comigo você teve sorte, porque eu te trato bem e tal… sou bonzinho”, porque imagino que nem todo mundo que pegue um GP seja assim, né!

– VOCÊ DISSE QUE JÁ “PEGOU” GAROTOS DE PROGRAMA NA RUA. ONDE ELES COSTUMAM FICAR?
MEGATRON: Tem os do Trianon, que quase todo mundo conhece. Estes são os mais “perigosos”, vamos dizer assim. Todas as vezes em que já fui assaltado, foi com algum de lá. No centro tem os mais “bonzinhos”, geralmente são os que acabaram de chegar em São Paulo e cobram, sei lá, 10 ou 30 reais por programa. É claro que existe de todos os tipos, os que ficam nos bares da região central, perto da rua Rego Freitas, uns que ficam ali em uma praça próxima da TV Cultura ou no Arouche. Tem sempre que tomar muito cuidado, o risco é algo presente em qualquer situação assim, de sexo pago com um desconhecido.

– O QUE JÁ LHE ACONTECEU DE MAIS INUSITADO AO VOCÊ SAIR COM UM GP?
MEGATRON: Como eu disse, já fui assaltado em várias vezes, do cara levar a minha carteira, o meu dinheiro ou até uma peça de roupa. A pior experiência foi quando um GP ficou rodando comigo por quase 3 horas pela cidade me obrigando a sacar dinheiro. Fiquei com muito medo quando ele ameaçou querer ir até a minha casa, porque na época eu morava com os meus pais, eu não sabia se ele estava armado ou não. Foram horas de horror, eu só queria que tudo aquilo terminasse logo… teve um momento em que ele ameaçou furar o meu olho com a própria chave do carro, acredito que ele estava drogado, sei lá. Algo menos traumático, mas que já aconteceu também, foi eu pegar chato. O risco de pegar alguma doença sempre existe, por sorte, no meu caso foi apenas chato.

– QUAIS DICAS VOCÊ DARIA PARA ALGUÉM QUE QUEIRA SAIR COM UM GP?
MEGATRON: Nunca fale que mora sozinho, prefira ir num motel, porque na entrada vocês já são obrigados a deixar um documento como garantia… e nunca o leve para a sua própria casa, é muito perigoso.

– E TEM ALGUM OUTRA COISA QUE VOCÊ QUEIRA CONTAR, SEI LÁ…
MEGATRON: Ah, tem sim… lembrei de uma coisa engraçada. Teve uma vez que eu estava dando voltas no Trianon de carro, o dia já estava quase amanhecendo e não tinha nenhum GP nas ruas. Em uma dessas voltas pelo quarteirão, reparei que tinha um outro carro fazendo o mesmo que eu. Aí a gente parou no farol e abaixamos os vidros… rolou aquela identificação, eu achei o cara super bonitinho e rolou da gente transar. Nem tivemos que pagar, afinal, éramos 2 “clientes” e o sexo ainda foi incrível, rs.

A segunda entrevista não chegou a ser uma conversa, foi com uma empresária solteira de 45 anos, mas que brincou dizendo ter cara de 38. Eu cheguei até o seu nome por uma indicação e ela topou falar sobre o assunto, desde que tudo rolasse via e-mail, com perguntas pré-enviadas e ela me retornaria com as respostas. Aqui, vamos chamá-la de Princesa Leia, veja o texto na íntegra.

– VOCÊ NÃO APARENTA TER DIFICULDADES EM CONSEGUIR SEXO, POR MOTIVOS ÓBVIOS. COMO DECIDIU QUE SAIRIA COM UM GAROTO DE PROGRAMA?
PRINCESA LEIA
: A primeira vez foi em 2000. Decidi porque estava cansada de todo o trabalho que dá sair a procura de um parceiro e, também, pelo trabalho que pode ser se desvencilhar dele depois. Tenho alguns amigos gays que conhecem garotos de programa, pedi uma indicação por tipo físico, quando um amigo  encontrou um parecido com minha descrição fez o approach, pegou o telefone, me passou e eu liguei para o rapaz. Combinei o primeiro encontro em local público e depois hotel.

– CONTE SOBRE ALGUMA EXPERIÊNCIA, RUIM OU BOA, QUE JÁ TENHA VIVENCIADO AO LADO DE UM MICHÊ.
PRINCESA LEIA: Nunca passei por nenhuma experiência ruim, graças a Deus. A melhor experiência foi quando ao me encontrar pessoalmente, o rapaz diminuiu o cachê em 50%. Ao me tornar cliente aceitou cheque e depois não cobrou mais, rs.

– QUAL A ÚLTIMA VEZ QUE SAIU COM UM GP?
PRINCESA LEIA: Não saio mais com gp’s, pelo menos por enquato. Mas é pelo simples fato de estar em um momento preguiça de sexo, seja pago ou free.

Felippe Canale

Jornalista e produtor de conteúdo. Veja mais no site eaiconteudo.com.br.

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