Em tempos de coronavírus, qual será o futuro das marcas de moda?

Do nada tudo mudou. Se 2019 não tinha sido um ano bom e as previsões na moda já não eram das melhores para 2020, a coisa conseguiu ficar pior. Pois é, nunca reclame porque o que está ruim pode ficar pior.

Algo inesperado mudou totalmente o curso de tudo. As pessoas pararam de estudar, trabalhar, sair de casa… De repente tudo parou. O cenário já não era mais o mesmo.

Em tempos de corona para quê comprar, consumir ou ter peças de roupas novas? Óbvio que o consumo, com certeza, diminuiu drasticamente.

Para falar a verdade ficou difícil falar em consumo numa hora dessas. É difícil vender. É complicado falar de moda. E se desviar do assunto principal também não tem sido fácil (vide as nossas pautas aqui).

Em meio a esse novo cenário, que pode mudar de vez a humanidade bem como todos seus hábitos, marcas grandes ou pequenos tiveram de se reinventar.

Não sabemos ainda quanto tempo isso tudo vai durar. Se o Mundo vai continuar parado. De repente tudo virou interrogação na nossa cabeça. Mas o que fazer então? Ou melhor, como estão se comportando marcas, grifes, malharias, indústrias, sei lá, o ramo têxtil todo?

Com certeza, eu, você, a indústria da moda, ninguém é mais o mesmo e todos tiveram de modificar a sua forma de agir e pensar. Nunca palavras como empatia estiveram tão em alta. Perceber e sentir que o momento não é apenas para vender, mas transmitir mensagens de força, coragem e superação.

Está tudo fechado. Muitos funcionários estão em casa. Pessoas estão contaminadas, ou, sofrendo, ou, já até morreram devido ao vírus. Vender nunca ficou tão difícil mesmo porque ninguém está trabalhando. Ter o básico nunca foi tão primordial.

Da grande à pequena empresa, todas foram afetadas. Até quando muitas vão conseguir manter a folha de pagamentos sem demitir funcionários não sabemos? Aliás, quanto tempo elas vão conseguir se manter em pé sem quebrar? Vendas on-line, promoções, desfiles com portas fechadas, queima de estoque do ano anterior, tudo é válido para enfrentar a crise.

As pessoas estão consumindo menos, as lojas estão fechadas e ainda por cima os correios não estão operando normalmente.

Ninguém sabe o quão sairemos vulneráveis depois de tudo isso, mas acredito que as marcas que fizerem a diferença vão se sobressair. O eixo narrativo mudou totalmente e mais do que nunca entender a dor do outro e se colocar no lugar dele se tornou fundamental. Agora o fundamental é conseguir se manter em pé, não excluindo ninguém do sistema (com demissões ou cortes), fazendo o necessário para se manter com uma política grande de empatia ao próximo.

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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