Economia de Experiência é o futuro (e o presente) da moda

Para bom entendedor meia palavra basta, né non? Quem leu “economia de experiência” mais ou menos que já sacou que tem que ter uma experiência agregada aí. Quem imaginou isso, acertou.

O termo economia de experiência nem é tão novo assim. O termo Experience Economy foi utilizado pela primeira vez em um texto acadêmico para o Harvard Business Review em 1998.

Faz tempo que já se previa um futuro não muito distante em que as pessoas dariam prioridade a ser e não a ter.

Os millennials vieram com esse propósito. Passaram a gastar seu suado dinheirinho com viagens, festas, ocasiões inesquecíveis, momentos únicos e inimagináveis. A materialidade e a acumulação de bens deixaram de ser o norte principal como outrora, na época de seus pais e avós.

Os valores mudaram e a geração atual opta por gastar seu dinheiro em experiências inesquecíveis ao passo que os bens materiais ficam em segundo plano. Se sobrar a gente compra. É aquela coisa: prefiro viajar o mundo com poucas e necessárias roupas que me satisfaçam. Um par de tênis e alguns panos aí, para explorar diversos lugares, conhecer culturas e falar outros idiomas.

 

Por isso, cada vez mais se tornou difícil vender umas “brusinhas”. Roupa já não briga por espaço no mercado só com roupa. E já faz tempo, viu? Celulares, cosméticos, acessórios e as famosas experiências (festas, shows, jogos, jantares e viagens). E como a gente sabe que não está fácil para ninguém (pelo menos para a maioria), a roupa acaba ficando em segundo plano. Usa o que tem mesmo. Não compra roupa nova, mas quer me fazer feliz? Um show no Rock in Rio. Um mochilão na América do Sul. Pular de bungee jump. Choices que colocam a moda em uma sinuca de bico.

Mas o que seria então a economia de experiência? E como atingiria ela a moda?

Funciona mais ou menos assim, não dá para ter apenas mais só o espaço físico onde a pessoa chega, compra o que quer e sai fora com o produto na mão.

Sabe aquele conceito de rolezeiro. É bem o meu e de muitos por aí. A gente não quer passar um final de semana em casa. Quer comprar também, sim, se rolar por que não? Mas para comprar um livro, a gente quer sentar e tomar um café. Para comprar um suplemento, que estar no ambiente da academia, ver alguém que tenha usado e ter noção dos resultados. Para comprar uma roupa quer estar em um espaço diferenciado com desfiles, showrooms etc.

Ninguém enxerga, mas você compra um produto para pele porque foi a algum lugar onde tinha curso de maquiagem, massagem, limpeza de pele etc. A compra do produto é consequência da grande experiência vivenciada. Esse é só alguns dos exemplos que podemos dar.

Está difícil tirar a moçada da frente do cel para ir comprar roupas. Os e-commerces estão aí, né gente. O que fazer então para que a moda leve essa geração aos espaços físicos? Coquetéis, lançamentos, serviços de customização, são apenas alguns dos serviços que as lojas têm oferecido para atrair a clientela. Não sei, pensa aí. Dá seus pulos para atrair geral à galera para loja.

Motivados pela experiência e por busca de lazer, os consumidores ávidos por novos momentos, que se traduzem em stories e também por “hoje é um dia muito especial” vão e compram porque agregam aquele momento à necessidade de se ter uma peça que se traduza em lembrança ou que faça referência à experiência vivida.

Quer vender? Ofereça experiências. Shows que vendem camisetas. Festas que vendem acessórios como bonés, mochilas e copos. Jogos que vendem camisetas de time. E assim vai. A moda virou a souvenir das experiências.

Sabe aquela coisa de “See Now Buy Now”? Tudo tem um porquê. Se a economia de experiência tem sido projetada com o aqui e agora para o mercado de vendas. Por que não já, após cada eletrizante desfile, a gente não poder comprar parte do que vivenciamos e nos emocionou? Esta aí a explicação pela frenética necessidade de se produzir para vender imediatamente.

As vendas on-line só crescem. Só se aperfeiçoam e só melhoram. Então, os caras da moda têm que rebolar bastante para levar às pessoas até o espaço físico. Elas que lutem!

Então o negócio é proporcionar um momento único, carregado de novas experiências e ações positivas.

Segundo o FFW: “Um estudo recente da consultoria Bain revelou que 80% dos clientes americanos optaram por deixar uma marca devido à má experiência na loja. Já a pesquisa da Câmara de Comércio dos EUA indica que até 67% dos consumidores americanos trocam de marca – não devido a preço ou características – mas por causa de uma má experiência ou falta de atenção, personalização e engajamento da marca.”

Parece que o jogo virou não é mesmo? E o foco da moda nem é só vender mais o produto. O foco é agora é proporcionar uma experiência e consequentemente realizar a venda a partir dela. Logo, se a sua loja ainda não pensou nisso, trate de pensar, pois cada vez mais o mercado de moda tem trabalhado dessa forma.

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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