Beleza andrógena e transexualidade na moda e na vida real

“Andrógeno é tão antigo quanto andar em pé”. Esta frase é do jornalista de moda masculina Lula Rodrigues e já nos tira a falsa idéia de que o assunto seja novidade. Quer um exemplo?

Esta é uma das imagens mais reconhecidas no mundo todo, não importa para quem você pergunte, todos saberão tratar-se de Mona Lisa, obra do gênio Leonardo da Vinci. Até hoje, várias pesquisas questionam o gênero da pessoa retratada: seria um modelo masculino ou feminino? Até o leve sorriso maroto parece querer nos confundir. Eu, particularmente, não me importo se a Mona era lisa ou volumosa, para mim é arte e ponto.

Na Índia, estima-se que mais de 1 milhão de pessoas sejam transexuais ou hermafroditas. Lá, o terceiro gênero é chamado hijra, que significa “impotente” na língua hindu. Aos poucos, elas (es) estão ganhando mais direitos na sociedade, já podem votar e um canal de TV local tem uma apresentadora hijra que vem representando a classe, tentando, assim, dizimar o preconceito. Nas imagens acima você confere, além de uma pintura de Shiva, a visão do cineasta Bernardo Bertolucci sobre o deus Siddhartha, interpretado por Keanu Reeves em 1993. Algum deles te parece andrógeno?

Como eu disse no início do texto, o tema não é novidade, mas está atual. No mundinho fashion a bola da vez é Lea T., uma das estrelas da grife francesa Givenchy que causou furor no último SPFW desfilando com exclusividade para Alexandre Hertchcovich. E para popularizar, a maior emissora televisiva da América Latina levou Ariadna para dentro das salas das famílias brasileiras.

Eu já escrevi aqui sobre maquiagem para homens, sobre o desfile de Vivienne Westwood com todos os modelos usando batom vermelho e também sobre saias para homens. Revejam também a última coleção do fantástico estilista João Pimenta no SPFW 2011, basta clicar, que exibiu meninos usando vestidos/saias e ainda provocou: “Para colocar um menino de vestido, pense nos padres. Eles usam e ninguém se incomoda”.

A tendência não pára por aí, na recente Mercedes-Benz Fashion Week, nos E.U.A., o desfile de Rag & Bone apresentou saias que ficariam incríveis em qualquer menino confiante do estilo, seja gay ou hétero.

Se você ainda imagina que andrógeno seja um menino afeminado, lânguido e sem sal, ainda não deve conhecer o pupilo de Karl Lagerfeld, o top model Baptiste Giabiconi. Ele vem estrelando todas as principais campanhas mundiais do momento e chegou para quebrar (ou misturar?) os padrões convencionais. Até de salto alto ele já posou e o resultado foi uma explosão de sexualidade, fazendo todos esquecerem o que é masculino ou feminino.

O fantástico da moda também é vestir e despir os comportamentos, além de nos fazer refletir sobre assuntos que transcendem as passarelas e editoriais.
Sendo assim, vamos usar este espaço para uma discussão construtiva e não preconceituosa: o que você pensa sobre o assunto, os padrões estão mudando?

Jornalista e produtor de conteúdo. Veja mais no site eaiconteudo.com.br.
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9 comentários em “Beleza andrógena e transexualidade na moda e na vida real

  1. Sim, os padrões estão mudando, FATO! Hoje mais que tendência é os homens de legging. Ao menos para os que curtem moda. Androgenia no mundo fashion é bem mais aceito do que nas ruas, mas pelo que tudo indica, logo isso mudará. Bom ou ruim, depende de cada um. Para os héteros algumas mulheres curtem, outras não. Para os gays o mesmo, então, cabe a cada um decidir o que vestir. Mas acima de tudo, bom senso. 🙂

  2. Se as mulheres conquistaram o guarda-roupa deles, pq o mesmo não ocorre ao contrário? A própria história (da moda) nos conta isso.
    Pode levar um tempo sim, mas aos poucos, certos padrões estéticos são quebrados – um a um.

  3. Depois de ler o post e pensar em mil coisas que poderiamos falar e citar para defender ou não a androgenia na moda ou fora dela, a única coisa que consigo pensar é no cartunista Laerte, que vem cada vez mais difundindo a quebra de paradigmas e conceitos que a sociedade imprime. O que é legak é ter liberdade de usar e de escolher!

  4. Bruno, eu adoro o trabalho do Laerte e admiro muito a forma com que ele se posiciona na sociedade, sem se importar com o que os outros vão falar.
    Acredito que o importante é ser você mesmo, só assim podemos ser realmente felizes 😉

  5. A única coisa que posso dizer: Oh Grande Criador do Universo…que desperdíiiiicio…Cada homem gostoooooooooooooooooooooso… até concordo com Nana Soma. por mim, pode usar meu guarda-roupa inteiro…só não pode gostar do mesmo brinquedinho que eu…aí é judiação…

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