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Alta Costura 2019 dá papel de destaque ao público masculino

“A moda parou. Nada se cria, tudo se copia. Como despertar então o desejo de consumo? Cadê a sedução dos desfiles? Não se contam mais histórias como antigamente. O glamour está em baixa.”

Chavões como esses já há muitas coleções estavam acompanhando a vida daqueles que de alguma forma despertam seu interesse pelo assunto.

Apesar de muito se discutir essa estagnação da moda mundial, fomos surpreendidos novamente. Ninguém esperava, muito menos acreditava ou imaginava que de alguma forma pudéssemos visualizar novidades vinda da indústria da moda e sermos impactos com os desfiles.

A alta costura de verão 2019 nos surpreendeu com grandes novidades que fizeram história e, sem dúvidas, formaram um novo marco na então carente a produção dos estilistas.

Paris, a casa e a dona da alta costura, parou a cena e despertou os olhares do Mundo. Blogs, programas de moda e revistas voltadas ao assunto não cansam de tocar no assunto. TODO MUNDO ESTÁ RESSALTANDO a entrada de dois novos estilistas em Maisons diferentes. Virgil Abloh na Luis Vuitton e Kim Jones na Dior, que por sinal já entraram fazendo história. Dois homens. O primeiro negro e americano dirigindo uma grife francesa, ideia há anos inconcebível.

Não por menos, nós homens fomos o centro das atenções da alta costura. A alta costura, que na maioria das vezes é feita para deleite apenas delas. Que é mais construída para sonhar que para vender. Que atinge meia dúzia de colecionadoras. Ela veio diferente, inovadora e repaginada.

O burburinho por trás da entrada desses dois estilistas teve uma razão. Nada é à toa. Não foi por acaso. Nem em vão. Ainda mais se tratando de moda, bilhões de dólares, luxo, poder e glamour.

As últimas semanas foram focadas em Paris. Só se fala nisso e só olha para lá. E o melhor de tudo isso é que nós homens, em um universo tão feminino, ganhamos papel de destaque. Um destaque bem diferente do usual e do comum. A moda masculina buscou inspirações totalmente da moda feminina, mas sem tornar o homem feminino. Ah, não estamos também falando de coleções sem gêneros. Mas sim de uma leitura de peças, tecidos e inspirações totalmente voltada para mulheres e que foram usadas para nós.

Uma nova perspectiva é traçada. Conceitos surgem. É o Romantismo X Sensualidade. Cada estilista com um papel diferente e com um novo conceito de homem. Homem com influência de mulheres, mas sem se tornar feminino.

Kim Jones ao resgatar o passado da Dior buscou na cor favorita de Christian Dior, o rosa, o foco da sua cartela. Além disso, sua coleção foi marcada por transparências, tons claros e florais bordados.

A Maison Margiela de John Galliano apostou na sensualidade da alfaiataria, mesclando a alfaiataria ajustada e cortada com transparências, corsets e leggings de vinil.

Raf Simons trabalhou com um tecido nobre, o cetim nas mais variadas cores e cortes amplos. Influenciado pela cena punk, pelo new wave e por Yves Saint Laurent misturou cetim com couro, tachas e alfinetes.

Já Virgil Abloh para a Louis Vuitton encantou todos com um desfile exibido simplesmente nos jardins do Palais Royal, em uma passarela arco-íris que mostra sua preocupação com inclusão. Nunca tanto se falou dos gays. Nunca se viu tanto a bandeira do arco-íris ou referências à cultura gay.

Nós homens, sempre fomos tidos como aqueles que consomem pouca moda, Por isso, a indústria por anos nos deu as costas. Tivemos o que merecíamos dentro da mãe moda, nunca mais. Já diz o ditado né: “Cada um tem o que merece.”

As mulheres recebiam da alta costura o papel de destaque, porque elas gastam no setor, consomem moda e sonham com os desfiles. O que era diferente da maioria dos homens.

Nunca em tantos anos de coleção recebemos um papel de destaque como recebemos agora. São novas diretrizes. Podemos pensar em novas estratégias de marketing. Talvez! Certo mesmo é que o verão 2019 da coleção parisiense criou um marco na moda mundial e todos estão ainda boquiabertos com as transformações. Se você ainda não viu, trate de se inteirar do assunto.

Fotos: Acielle Tanbetova para o The New York Times.

Diogo Rufino Machado

Ariano. Apaixonado por moda masculina e música eletrônica. Advogado. Jornalista de moda e blogueiro nas horas vagas.

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