A revolução não será television… opa, cadê o controle remoto?

Se você tem facebook, twitter, costuma ler jornais, assistir TV ou tem a cabeça grudada no pescoço, certamente acompanhou o Brasil inteiro mobilizar-se politicamente (por causa de 20 centavos?) e ir para as ruas gritar algumas das frases abaixo… ou escrevê-las nas redes sociais em capslock:

– OoOoOOh, o Gigante acordoOOoOoOuuu
– Mas que coNHÊcidencia, não tem polícia, não tem violência
– O povo, unido, é gente pra c@r@lh#!
– Dilma, sai do armário!
– Brasil, o país do presente!
– Hey, Alckmin, vai tomar no c#!
– Feliciano, qual boy partiu o seu coração?
– Diga não a PEC 37!
– Veeem, veeeem… vem pra rua, vem!
– Contra ao Ato Médico!
– Estatuto Narcituro Não!
– O Governo não cura nem virose, quem dirá viadagem?!

Como podemos perceber, os protestos foram diversos, sem muita rima, com um português sofrido e com quase tantos palavrões quanto no filme Tropa de Elite. Aliás, quem não tomou bala de borracha, gás de pimenta ou bomba de gás lacrimogêneo na cara, ficou sem ter muitas histórias para contar no bar ou na timeline.

Estávamos todos, e me incluo nessa, com orgulho de fazer parte de uma revolução que poderia mudar o rumo do Brasil. Nunca se falou tanto em política como nas últimas semanas e isso tem sido ótimo. Lutamos, batalhamos, apanhamos (alguns até quebraram ou incendiaram algo), mas no fim, conseguimos baixar o valor dos vinte centavos da passagem. Ah, também derrubamos a PEC 37 e parece que mais vitórias virão por aí.

O governo até declarou que voltar atrás no aumento das tarifas irá trazer um rombo de XX milhões aos cofres públicos e que este valor terá que ser descontado de outros impostos, afinal, alguém vai ter que arcar com esta bondade que os governantes tiveram para conosco. MENTIRA! Mais uma vez fomos enganados, pois se os políticos não nos furtassem tanto, não haveria rombos no orçamento público. Somos um país rico, mas com o dinheiro distribuído nas mãos de poucos. E sem investimentos em cultura e educação, nos tornamos fantoches manipulados pela mídia e por nós mesmos.

Fomos para as ruas e chamamos todos para irem também. Mas quando chegamos lá, não soubemos o que dizer ou fazer. Opa, nos restou tomarmos umas cervejinhas e fazer uma Virada Cultural, mas sem cultura, só se manteve a incompetência da polícia fortemente armada, mas desprovida de qualquer tipo de preparo. Festejamos, acordamos com ressaca e nada mais parece fazer sentido. Aos invés dos gritos de protestos, agora dizemos que estamos confusos, com medo e que tudo pode parecer um golpe.

Eu espero que os protestos não saiam de moda e nem sejam encarados desta forma. Se por um lado parecemos estar sem foco, é porque realmente ainda existem muitos assuntos para serem protestados, discutidos e solucionados neste país. Não vejo problema nenhum em gritar GOL durante o futebol, desde que os nossos pulmões continuem inflados quando precisarmos exigir os nossos direitos dos governantes.

E se a revolução não será televisionada, eu só gostaria de saber com quem está o controle remoto deste país.

Se podemos fazer uma revolução nas ruas, vamos tentar fazer nas urnas também, afinal, quem elege os políticos somos nós. E mais uma vez, me incluo nessa!

Felippe Canale

Jornalista e produtor de conteúdo. Veja mais no site eaiconteudo.com.br.

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